Vera Alves esvaiu-se em sangue durante uma cirurgia no Hospital Particular do Algarve, em 2011. Tinha 27 anos. A ginecologista responsável pelo caso foi agora condenada ao pagamento de uma multa de 20 mil euros após ter sido dado como provado que houve homicídio por negligência, adianta o Jornal de Notícias.
No tribunal judicial de Portimão, onde o caso foi julgado, ficou provado que a ginecologista, Madlen Benoun, “desvalorizou os sintomas” e “violou o dever de cuidar”, tendo errado no momento de estancar a hemorragia.
Terá agora pagar uma multa de 200 dias, à taxa diária de 100 euros, porque está “inserida social e profissionalmente”, tem uma filha de 24 anos a seu cargo e “deixou de fazer cirurgias sozinha”, adianta ainda o mesmo jornal. Além da multa, haverá também direito a uma indemnização de 295 mil euros, cuja responsabilidade é transferida para a seguradora.
Vera Alves sofria de síndrome do ovário multipoliquístico e aceitou fazer o ‘drilling’ dos ovários. Mas poucos minutos após a introdução dos instrumentos cirúrgicos começou a dar sinais de estar a sofrer uma hemorragia, um alerta que chegou a ser feito por um anestesista. No bloco, não se encontrava um médico assistente enquanto o hospital não tinha sangue de reserva nem cirurgião de serviço, elementos que não foram suficientes para ser imputada responsabilidade ao hospital.
O viúvo, Jorge Filipe, pondera agora recorrer. “Prova-se que matou uma jovem e não é condenada sequer a prisão com pena suspensa”, lamentou à saída do tribunal.