Este concurso resulta do protocolo celebrado entre a Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), e vai atribuir 500 mil euros a projetos de investigação nos domínios das ciências sociais e humanidades sobre este período da história do país, lê-se no 'site' da Comissão.
O concurso prevê o financiamento de projetos de investigação de caráter exploratório com uma duração máxima de 18 meses e com um investimento elegível máximo de 25 mil euros.
O concurso tem como objetivo "projetos de investigação [que devem ser] apresentados por um único beneficiário, integrado no Sistema de Investigação e Inovação (I&I), nomeadamente, instituições do ensino superior, seus institutos e unidades de investigação e desenvolvimento (I&D), laboratórios do Estado ou internacionais com sede em Portugal, instituições privadas sem fins lucrativos que tenham como objeto principal atividades de I&D; outras instituições públicas e privadas, sem fins lucrativos, que desenvolvam ou participem em atividades de investigação científica".
As linhas de investigação a considerar são a participação cívica e política, dinâmicas económicas, políticas e sociais, narrativas escritas, visuais e musicais, a descolonização e dinâmicas internacionais, a história oral e registos memorialísticos, memória da Revolução e da democratização, o tratamento arquivístico, digitalização e estudo de acervos documentais relativos ao 25 de Abril e à construção da democracia portuguesa, e a criação e disponibilização de recursos educativos que promovam o conhecimento e a memória sobre o 25 de Abril, nomeadamente na educação para a cidadania.
As candidaturas "devem ser apresentadas em língua inglesa" em formulário eletrónico específico e submetidas através da plataforma "myFCT: Concursos | Candidaturas | Avaliação | Financiamento".
As celebrações do cinquentenário da Revolução dos Cravos, iniciadas em março de 2022, vão decorrer até 2026.
"Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia".
A historiadora Maria Inácia Rezola, comissária executiva da Estrutura de Missão para as Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, afirma que as comemorações têm "como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual dos acontecimentos que contribuíram para o desgaste e derrube da ditadura, bem como dos que permitiram a construção e afirmação da democracia, de modo a que possamos tirar partido desta efeméride para pensar o futuro".
"Entendemos que o conhecimento da história é a base para uma sociedade mais participativa, plural e democrática, e mais capacitada para pensar e construir os próximos 50 anos de democracia", remata Rezola, no anúncio da abertura deste concurso.
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