O primeiro-ministro, António Costa, participou, esta terça-feira, na Cimeira da União Europeia, que juntou em Bruxelas, na Bélgica, 50 líderes da Europa, América Latina e Caraíbas, marcada pela divergência de visões em relação à Guerra na Ucrânia.
No final do encontro com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Costa disse que "foi possível obter um acordo entre todos os países menos um, o Nicarágua, relativamente a um texto comum".
"O facto da Nicarágua não ter dado o seu acordo impede que haja uma declaração formal da Cimeira, mas haverá uma declaração assinada pelos dois co-presidentes, Charles Michel e Ralph Gonsalves, o que traduz um esforço muito importante de consensualização entre todos, visto que, como sabemos, o ponto de partida era bastante diverso. A verdade é que, com exceção da Nicarágua, todos os países, desde a Lituânia a Cuba, acordaram um texto comum onde manifestaram preocupação sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, para uma paz justa e duradoura e de apoio à iniciativa do secretário-geral das Nações Unidas para permitir a passagem de cereais no Mar Negro", declarou o chefe de Governo português, acrescentando que, apesar de o acordo ter sido bloqueado pela Nicarágua, foi "politicamente muito relevante".
"Infelizmente a Nicarágua bloqueou este acordo, mas é politicamente muito relevante o facto de ter sido possível com esforço, obviamente, que os 27 estados-membros e todos os outros países da América Latina e do Caribe tenham dado o seu acordo a um texto comum que será assumido pelos dois co-presidentes", realçou.
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