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O que está em causa no caso Altice? CEO garante "tranquilidade"

A Operação Picoas, desencadeada a 13 de julho, levou a quatro detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira.

O que está em causa no caso Altice? CEO garante "tranquilidade"
Notícias ao Minuto

09:38 - 18/07/23 por Notícias ao Minuto

País Altice

O verniz estalou na passada quinta-feira. A Altice Portugal tornou-se alvo de uma operação de buscas que eram desencadeadas devido à suspeita de crimes de "corrupção no setor privado, fraude fiscal agravada, falsificação e branqueamento".

Armando Pereira, cofundador do grupo de telecomunicações, foi o primeiro detido do processo. É suspeito de ter lesado o Estado - e a própria empresa - em mais de cem milhões de euros.

Em causa está a alegada simulação de negócios, bem como a alegada ocultação de proveitos na venda de património imobiliário da antiga PT.

O que desencadeou a Operação Picoas

Segundo concluiu a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), terão sido cometidos crimes de corrupção, branqueamento, fraude fiscal e falsificação, bem como a "viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência".

A investigação indica também a existência de indícios de "aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira" através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. 

Um dos negócios visados pela investigação é também a venda de quatro prédios em Lisboa, cujo valor total ascendeu a cerca de 15 milhões de euros, com os compradores a serem associados a um meio empresarial montado em Braga, na Zona Franca da Madeira e no Dubai.

'Braço direito' e amigo de longa data de cofundador também envolvido

Armando Pereira não estaria a atuar sozinho. Juntou-se assim ao leque de suspeitos Hernâni Vaz Antunes, conhecido como o 'braço direito' de Armando Pereira. Este entregou-se às autoridades no sábado depois de ter andado em parte incerta.

Hernâni Vaz Antunes é suspeito de lucrar ilegalmente com os negócios entre a Altice e duas das principais operadoras chinesas, noticia o jornal Expresso.

De acordo com a investigação, Armando Pereira permitiu que o seu amigo de longa data aceitasse que as aquisições feitas aos fornecedores Huawei e Xiaomi fossem intermediadas pela Edge Technology, sociedade detida por Hernâni Vaz Antunes. Isto significa que muitos dos negócios feitos com estes dois fornecedores eram feitos em nome da empresa de Hernâni, que depois faturava a venda dos mesmos com a Altice.

E os crimes parecem não ter se cingido apenas a território nacional. De acordo com o Público, os alegados esquemas de Armando Pereira e Hernâni podem ter chegado aos EUA, onde a Altive também marca presença. A empresa possui uma fornecedora de fibra óptica da Altice USA, designada de Excell Communications, que é atualmente detida pelo genro de Armando Pereira, Yossi Benchetrit.

Também já detidos nesta operação foram Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes, e o economista Álvaro Gil Loureiro. 

Presidente executivo suspende funções. Empresa foca-se em garantir "tranquilidade"

Na sequência da polémica, o co-CEO, Alexandre Fonseca, suspendeu esta segunda-feira as suas funções no âmbito das atividades empresariais executivas e não executivas de gestão do grupo em diversas geografias, incluindo as posições de 'chairman' em diversas filiais.

Com esta sua decisão, Alexandre Fonseca "pretende de forma inequívoca proteger os interesses do grupo Altice, e todas as suas marcas num processo que é público onde, aparentemente, são indiciados atos a investigar ocorridos no período em que este exerceu as funções executivas de presidente da Altice Portugal", refere o grupo.

Já ao final do dia de ontem, a presidente executiva (CEO) da Altice Portugal, Ana Figueiredo, defendeu que a dona da Meo deve concentrar-se na sua operação, continuar a executar o plano de negócios e melhorar o seu desempenho.

"Não nos desviaremos do que era ontem, e será amanhã, o nosso foco - servir os nossos clientes, prestando um serviço de excelência, e continuar a liderar no mercado português, sendo a empresa mais inovadora em Portugal. Em suma, fazer o que sabemos fazer melhor", defende a executiva, que "reiterou o respeito por todos os direitos e garantias e estabilidade social e laboral dos trabalhadores", e "garantiu estabilidade e tranquilidade".

Leia Também: Sindicatos da Altice reúnem-se com representantes da administração hoje

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