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Portugal quer "recuperar visão ocidental" da União Europeia

Portugal reúne na próxima terça-feira, no Porto, um grupo de países europeus atlânticos, para "reforçar a visão ocidental da União Europeia (UE) e do futuro da Europa", anunciou o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes.

Portugal quer "recuperar visão ocidental" da União Europeia
Notícias ao Minuto

10:34 - 21/05/23 por Lusa

País Tiago Antunes

Portugal, Espanha, França, Bélgica, Países Baixos, Dinamarca, Irlanda são os países que integram este grupo regional de Estados-membros da UE "de fachada atlântica", indicou, que vão reforçar essa visão "tentando fazer o contraponto ao progressivo pendor continental ou mais a leste".

À Lusa, Tiago Antunes sublinhou que o encontro "é o primeiro do género" e pretende consolidar uma primeira reunião exploratória, organizada pela sua antecessora no cargo, Ana Paula Zacarias, à margem do Conselho Europeu de dezembro de 2021, em Bruxelas.

Os países serão representados pelos ministros ou secretários de Estado dos Assuntos Europeus daqueles sete Estados-membros, grupo que pode vir eventualmente a alargar-se a outros países, designadamente Suécia e Alemanha, disse.

No Porto, os responsáveis vão ter duas sessões de trabalho: "Olhar para o exterior: que oportunidades oferece o Atlântico para reforçar a autonomia estratégica da União Europeia?" e "Olhar para dentro: como responder aos desafios institucionais e orçamentais que o processo de alargamento coloca à União Europeia?".

"Faz sentido a reunião, aliás, ter lugar em Portugal e no Porto, porque estamos numa posição estratégica para poder olhar para fora e dedicarmos aos temas do Atlântico e do oceano propriamente dito e ter a perspetiva europeia para o oceano olhando para o lado do mar, e depois podemos olhar para dentro e temos a visão da Europa e da Europa que queremos no futuro a partir desta fachada atlântica", afirmou o governante.

Tiago Antunes frisou que o oceano pode desempenhar um "papel essencial" no reforço da autonomia estratégica da UE, posta em destaque com a disrupção das cadeias de abastecimento globais que ocorreu durante a pandemia de covid-19, primeiro, e a guerra, depois.

"A UE tem que se tornar mais autónoma" e "não estar tão dependente e tão vulnerável de cadeias de abastecimento mundiais", explicou, salientando as potencialidades que existem no mar ao nível da produção e transporte de energia, mas também da economia sustentável ou da biotecnologia.

Sobre a 2.ª sessão, Tiago Antunes referiu que o tema do alargamento está novamente em cima da mesa, depois da atribuição do estatuto de candidato à Ucrânia e Moldova, e que, na perspetiva de Portugal, é altura de abrir o debate sobre como a UE deve preparar-se, institucional e financeiramente, para acolher novos Estados-membros.

"Para sermos sérios e consequentes com a decisão que tomámos de atribuição do estatuto de países candidatos a estes países, temos também que começar a encarar seriamente como é que nos vamos preparar, quer no plano institucional quanto ao processo de decisão, quer no plano financeiro também, porque os impactos da entrada da concretização deste alargamento serão muito significativos", afirmou.

A reunião do "Grupo Atlântico" realiza-se na Câmara Municipal do Porto e os ministros visitarão também o Navio-Escola Sagres, atracado atualmente na cidade, "um contexto particularmente inspirador para esta reunião", considerou o secretário de Estado.

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