"É absolutamente fundamental que um território [como Baião], que assentou num conjunto de atividades [no passado], hoje tenha de encontrar novas atividades para sustentar esse próprio território", disse o chefe do Governo, indicando que aquele concelho do interior do distrito do Porto "tem feito isso de forma virtuosa, reconhecendo que, tudo o que é bom para o planeta é verdadeiramente bom para o Homem e para a economia".
António Costa discursava na cerimónia de inauguração das obras de reabilitação do mosteiro, projetadas por Siza Vieira e orçadas em cerca de cinco milhões de euros, onde foi criado um centro cultural.
Antes, o presidente da Câmara, Paulo Pereira, tinha assinalado a importância do momento, por se tratar de um monumento relevante no contexto da Rota do Românico, além de observar ao primeiro-ministro a aposta de desenvolvimento do seu município assente no turismo de natureza, sustentação ambiental e preservação do património material e imaterial.
António Costa insistiu na importância de os territórios terem de "mudar para acompanhar a mudança do mundo", "fixando e atraindo populações".
"Temos de valorizar essa sustentabilidade e é muito importante que o façamos preservando tudo aquilo que a história nos legou", disse, lembrando, como exemplo, a ligação de Eça de Queiroz a Baião, onde está sedeada uma fundação dedicada ao escritor, na Casa de Tormes.
Falando para uma plateia onde se encontravam vários presidentes de câmara do Tâmega e Sousa, o líder do Governo também comentou o facto de o restauro do museu ter demorado 38 anos, como antes recordara o presidente da câmara.
"Só quem gosta mesmo de ser político é que pode bem compreender e acreditar que, mesmo 38 anos depois, é possível concluir o que se sonhou 38 anos antes", disse António Costa, dirigindo-se ao autarca local, que estava acompanhado do seu antecessor na presidência do município, José Luís Carneiro, atual ministro da Administração Interna.
A terminar, o chefe do Governo felicitou Baião pelo "potencial" que apresenta o novo centro cultural instalado no mosteiro, que hoje visitou, assistindo a vários momentos artísticos.
"Este centro cultural, que permitiu a recuperação deste património com mais de nove séculos, é, obviamente, uma das grandes marcas do românico e de uma das grandes marcas do nosso património cultural", concluiu.
Leia Também: PSD quer ouvir ministro da Economia sobre ação de Bruxelas
