Dina Serranho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, disse à Lusa que os trabalhadores se vão concentrar ao início da tarde na Praça da República, em Rio Maior, para explicarem à população por que razão "são obrigados a servi-la mal", tendo em conta que houve redução de pessoal e alargamento das voltas.
"Em alguns locais, o correio chega com duas e três semanas de atraso", assegurou, lamentando que, à saída de centenas de trabalhadores por reforma ou rescisões sem que tenham sido substituídos, se acrescente que as pessoas contratadas para substituir funcionários que entram de férias o sejam apenas a meio tempo.
"É mais uma sobrecarga para os que ficam. Estamos gastos, cansados e com as nossas vidas em risco, porque conduzimos sob pressão. E as populações estão muito mal servidas", afirmou.
Dina Serranho acrescentou que, no caso de Rio Maior, os trabalhadores queixam-se ainda das condições do seu local de trabalho, uma vez que existem ratos sobre o teto falso do edifício.
"São os dejetos dos ratos, o cheiro nauseabundo, porque há ratos mortos, no que é até uma questão de saúde pública, e a empresa em vez de resolver o problema faz uma reunião muito preocupada por estarmos a divulgar esta informação", adiantou.
Sublinhando que os problemas na entrega de correio surgiram com a reestruturação decorrente da privatização dos CTT, Dina Serranho afirmou que os trabalhadores continuam a "vestir a camisola" como fazem "há muitos anos", lamentando que a empresa esteja "a ser gerida desta forma".
"Só queremos dizer às pessoas que a culpa do mau serviço não é dos carteiros mas da empresa", disse.
O Centro de Distribuição de Rio Maior passou a concentrar os trabalhadores de Rio Maior e de Alcanede (freguesia do concelho de Santarém), reunindo perto de 20 funcionários, disse.
Dina Serranho adiantou que para os próximos dias 12 e 13 está marcada uma greve dos trabalhadores do centro postal de Santarém.