"Quero agradecer ao Ministério das Finanças o novo espírito que o anima"
O primeiro-ministro considerou hoje que um novo espírito anima o Ministério das Finanças em matéria de cooperação com as autarquias e garantiu que desta vez arranca mesmo a reconversão da zona ribeirinha da margem sul do Tejo.

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País António Costa
António Costa falava no final de uma sessão sobre a requalificação do arco ribeirinho sul, no Barreiro, no primeiro de dois dias da iniciativa "Governo + Próximo", que até quinta-feira será dedicada ao distrito de Setúbal.
Num discurso que se seguiu ao do ministro das Finanças, Fernando Medina, durante o qual assegurou apoio a vários projetos de investimento público para regeneração de solos, requalificação urbanística e melhoria da mobilidade, o líder do executivo fez a seguinte observação: "Quero agradecer ao Ministério das Finanças o novo espírito que o anima".
Depois, o primeiro-ministro contou um episódio passado que envolveu a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, e o Ministério das Finanças.
"A senhora presidente da Câmara de Almada um dia enviou-me uma mensagem explicando que não lhe permitiam ver o plano da Margueira porque era parte interessada e, por isso, não devia ter acesso a informação privilegiada", contou António Costa.
Depois desta nota de crítica, António Costa elogiou os presidentes de câmaras da margem sul do Tejo "por se terem unido e desbloqueado" vários projetos que vão arrancar.
"Às vezes os projetos levam tempo, mas o mais importante de tudo na política é sermos persistentes", sustentou, numa sessão em que estiveram também presentes os ministros do Ambiente, Duarte Cordeiro, da Habitação, Marina Gonçalves, e da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
No seu breve discurso, escutado pelo antigo dirigente social-democrata Pacheco Pereira e pelo empresário Humberto Pedrosa, o líder do executivo considerou que, a partir dos terrenos da frente ribeirinha da margem sul do Tejo, se podem observar "as cicatrizes do tempo" e "os desafios da transformação económica no distrito de Setúbal.
Neste contexto, voltou a defender a decisão do Governo de autonomizar a Península de Setúbal da Grande Lisboa para efeitos de acesso a fundos comunitários.
"Este passo tem de possuir continuidade e assentar numa visão estratégica. Pretende-se criar um novo polo dinâmico de progresso e de internacionalização", disse, antes de recordar que hoje mesmo faz 25 anos que foi inaugurada a Ponte Vasco da Gama -- empreendimento "ancorado" na Expo 98.
"Foi um ambiente processo de regeneração urbana no outro lado do Tejo. Esta margem esquerda do Tejo merece efetivamente um grande projeto de regeneração urbana. Não temos uma Expo 2023 mas temos a ambição de concretizar um projeto" já com vários anos, referiu o líder do executivo.
António Costa salientou depois a importância do arranque da regeneração e selagem dos solos contaminados, da infraestruturação do território com a expansão do transporte público, em especial do metro do sul do Tejo, a instalação de um novo terminal fluvial na Moita e a construção do passeio ribeirinho de 38 quilómetros entre Alcochete e Almada.
"Este é o começo, mas é neste começo que se criam as oportunidades para que tudo o resto seja possível, designadamente para haver mais habitação acessível em solos em que ainda não é possível construir. Queremos que esta volte a ser uma fortíssima área de atividade económica, geradora de emprego qualificado, já não com as indústrias do passado mas com as do futuro, com os serviços do presente e do futuro", acrescentou.
[Notícia atualizada às 18h05]
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