“Andámos e andamos em barricadas diferentes. E é assim que tem que ser”, lê-se logo no início da carta de Ricardo Costa dirigida ao irmão, António Costa.
O diretor do Expresso apresentou a sua demissão do semanário esta semana, na sequência da disponibilidade assumida publicamente por António Costa, de assumir a liderança do PS. O seu pedido de demissão não foi aceite e o diretor do Expresso continuará em funções ao mesmo tempo que a possibilidade de António Costa assumir a liderança do PS – e perfilar-se como líder da oposição e candidato a primeiro-ministro – vai ganhando força.
Dirigindo-se ao irmão – e aos seus próprios leitores – o jornalista assume um tom intimista, recordando episódios de infância e a própria influência do pai de ambos, recordando-o como alguém que “manteve os amigos e nunca confundiu as coisas”.
Referindo-se à redação do semanário, Ricardo Costa recorda a altura em que Pinto Balsemão, fundador do Expresso, assumiu o cargo de primeiro-ministro, antecipando conflitos que poderão surgir ‘naturalmente’ por ambos estarem em lados opostos da “barricada”.
Hoje, na Comissão Nacional do PS, António José Seguro anunciou a vontade de convocar eleições primárias para a eleição do próximo candidato a primeiro-ministro. Quanto ao cargo de secretário-geral o partido, o atual líder mostrou-se firme e disse que não se demite.