Em declarações aos jornalistas, no Palácio Baldaya, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se preocupado com estes acontecimentos, com o aumento da inflação nos Estados Unidos da América e com a continuidade de "uma política de subida de juros muito acentuada" por parte das entidades reguladoras.
"Tudo somado, pode -- esperemos que não -- dificultar a saída da crise e a recuperação das economias. Esperemos que não, mas já vi noutros tempos garantir que as soluções encontradas para certas crises eram sólidas, e depois não era tão fácil encontrar soluções sólidas", declarou.
Segundo o chefe de Estado, é uma "situação económica, não especificamente em Portugal, mas no mundo e com eco na Europa", que "não facilita a tarefa dos governos, não facilita a tarefa da recuperação económica, e pode significar a persistência dos fatores de crise".
Interrogado se considera que o sistema financeiro português pode ser afetado, respondeu: "Não, eu não disse isso. Disse é que os sinais de fora inesperadamente não são bons sinais".
"Continuamos a ter uma guerra, continuamos a ter uma inflação elevada em vários países do mundo, e esta notícia da subida da inflação dos Estados Unidos e a notícia das hesitações, para não dizer perturbações, em bolsas e em instituições financeiras internacionais não é boa", reforçou.
Marcelo Rebelo de Sousa falava com o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, ao seu lado, depois da inauguração de uma exposição sobre Amílcar Cabral, herói das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, promovida pela Comissão Comemorativa dos 50 anos 25 de Abril.
Leia Também: Habitação. Madeira transmite a Marcelo e Costa recusa em algumas medidas