O comunicado do Ministério surge depois de a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) ter considerado hoje um "retrocesso absoluto e inaceitável" uma proposta apresentada pelo Governo que "deixa em aberto" um aumento de cinco anos na idade para os médicos deixarem de fazer trabalho noturno e urgências.
"O Ministério da Saúde esclarece que na reunião de hoje com as estruturas sindicais representativas dos médicos não foram discutidos temas como o aumento da idade para trabalho médico nos Serviços de Urgência e o aumento da lista de utentes dos médicos de família, matérias que não estão em causa neste processo negocial", diz a nota do Governo.
Num balanço à Lusa, no final da reunião negocial com o Ministério, a presidente da Comissão Executiva da FNAM, Joana Bordalo e Sá, tinha afirmado: "o pior de tudo" foi o Ministério da Saúde ter apresentado uma proposta que já tinha apresentado em novembro e que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que tinha estado nessa reunião, tinha retirado da mesa, "ou pelo menos foi isso que nos fez perceber".
"Essa proposta volta a aparecer com uma redação de possível perda de direitos, ou seja, deixa em aberto que os médicos de família podem deixar de ter limite para o número de utentes ou ter um limite diferente ou maior do que o que é agora, que é imenso", acrescentou.
Relativamente à questão das urgências, a dirigente sindical adiantou que a proposta deixa em aberto que "um médico pode deixar de fazer urgência, em vez de ser aos 55 anos, passar a ser aos 60 anos, e deixar de fazer trabalho noturno, em vez de ser aos 50 anos, passar a ser aos 55 anos".
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