Peticionários congratulam-se com adiamento de leilão dos Miró

O galerista Carlos Cabral Nunes, responsável pelo lançamento da petição para a manutenção da coleção Joan Miró no país, congratulou-se hoje com o adiamento do leilão das obras previsto para junho, em Londres.

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Lusa
23/05/2014 11:47 ‧ 23/05/2014 por Lusa

País

Parvalorem

A Parvalorem e a Christie´s anunciaram hoje que decidiram adiar o leilão da coleção de arte Joan Miró na posse do Estado português devido a "questões legais e comerciais".

Num comunicado hoje divulgado, a Parvalorem não avança uma nova data: "A Christie's espera reagendar a venda da coleção de 85 obras de arte de Joan Miró assim que as questões legais e comerciais em torno da coleção se encontrem resolvidas", refere o comunicado.

Contactado pela agência Lusa, Carlos Cabral Nunes, da Perve Galeria, congratulou-se com o adiamento do leilão, decisão que, no seu entender, "peca por tardia".

"Quando a data de junho foi anunciada, era inadequada, porque havia já questões legais pendentes. Achei errado e estranho que marcassem nova data", comentou o galerista que tem liderado um movimento cívico contra a saída das obras de Miró de Portugal.

É a segunda vez, este ano, que o leilão da coleção Miró é adiado devido aos processos judiciais que têm sido interpostos pelo Ministério Público (MP) em Portugal para impedir a saída das obras do país.

No final de abril, o MP anunciou que tinha interposto uma terceira providência cautelar no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL) para impedir a saída das obras do país, avaliadas em 35 milhões de euros, e que esta tinha sido aceite.

A providência cautelar foi justificada pelo MP com a "defesa do património cultural e dos bens do Estado".

Carlos Cabral Nunes avançou à Lusa que irá pedir novamente à Parvalorem e à Christie´s que autorizem a exibição pública das obras em Portugal, porque considera que "já não se justifica o argumento anterior de não poder haver exposição por falta de tempo".

Os peticionários defendem a manutenção da coleção no país e que se realize um debate público sobre o seu valor e o destino a dar às obras na posse do Estado português desde a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), em 2008.

Carlos Cabral Nunes tem estado a organizar um tributo a Joan Miró para chamar a atenção para este caso, iniciado no Porto, com vários eventos artísticos e que está agora a decorrer em Lisboa, com duas exposições.

No âmbito da "(Con)Tributos da Liberdade a Joan Miró", está previsto para 13 de junho, às 22:00, no Musicbox, um espetáculo com Manuel João Vieira, Flak, Alex Cortez e António Manuel Ribeiro.

Quando a petição foi lançada, em janeiro deste ano, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que também foi chamado ao parlamento para prestar esclarecimentos sobre este caso, disse que a aquisição da coleção Miró não era considerada "uma prioridade no atual contexto de organização das coleções do Estado" português.

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