Ainda que Portugal não seja frequentemente afetado por sismos, a Proteção Civil recordou, esta quinta-feira, que “a prevenção é fundamental”. Nessa linha, o organismo divulgou um conjunto a medidas a ter em mente durante a ocorrência de um sismo, de modo “a salvar a sua vida e a de outros”.
“O comportamento a ter perante um evento sísmico depende da intensidade do mesmo e do local onde ocorre. Sendo difícil estabelecer comportamentos de referência universais, as autoridades fornecem informações que o podem ajudar a decidir, em cada situação, pela reação mais acertada”, começou por dizer aquela entidade, na rede social Facebook.
Assim, a entidade apelou para que “reaja calmamente e não imite comportamentos de grupo, impensadamente”, uma vez que “o seu comportamento pode ajudar a salvar a sua vida e a de outros”.
Caso esteja no interior de um edifício durante um sismo, deverá proteger-se “debaixo de algo forte, como uma mesa”.
“Proteja a cabeça, enrolando os braços à sua volta, usando uma almofada, uma manta dobrada, um livro largo. Se há móveis grandes a cair e há perigo real de desmoronamento do edifício, fique ao lado de grandes objetos que não possam cair sobre si e enrole-se ao lado deles, não debaixo deles, sempre com a cabeça protegida”, clarificou, salientando que “os vidros representam perigo”.
Isto porque “partem-se com violência e com grande dispersão de detritos, responsáveis por grandes danos pessoais”. Também as portas são perigosas, já que “o seu movimento durante o tremor pode causar grandes danos”.
A Proteção Civil esclareceu ainda que não deverá fugir, de modo a evitar “ser atropelado”, caso esteja num local com muita gente. “Se se puder mover um pouco, prefira os cantos ao centro das divisões, mas sempre perto e ao lado de objetos de maior dimensão que não possam cair sobre si. Estas indicações são para quando é difícil ir para áreas abertas. Se está no rés do chão de uma casa térrea e o perigo de caírem objetos como telhas é menor do que ficar em casa, então deve sair”, exemplificou.
Também o uso de elevadores é desaconselhado, uma vez que “qualquer deformação na caixa do elevador poderá bloqueá-lo”, além do possível corte na eletricidade.
As escadas, por seu turno, também devem ser evitadas, “porque são elementos frágeis, com movimentos diferentes dos do resto do edifício”, e podem “estar mais danificadas”. “Se um grupo de pessoas desce precipitadamente escadas parcialmente danificadas, o resultado pode ser desastroso”, alertou o organismo.
“Se estiver num campo aberto, deve aí permanecer. Se está perto de zonas com declive deve afastar-se para zonas mais planas, pois há perigo de deslizamentos de terras e rochas. Afaste-se de zonas de água. A água pode entrar num movimento de ressonância provocado pela passagem de ondas sísmicas de longo período que atravessam o local e assim extravasar os seus limites normais. Se está perto de estruturas construídas veja se é possível afastar-se de edifícios, torres antenas, postes elétricos, candeeiros de iluminação pública, cabos de eletricidade, etc. ou de estruturas que possam desabar, como muros ou taludes. Se houver muitos detritos em queda é mais correto abrigar-se junto a uma estrutura pouco compressível”, detalhou a Proteção Civil.
Caso esteja a conduzir, deverá parar “no lugar mais seguro possível, de preferência numa área aberta, afastada de edifícios, muros, taludes, torres ou postes”. Não deverá, no entanto, imobilizar o veículo em pontes, viadutos ou passagens subterrâneas.
“Se está num parque de estacionamento coberto com possibilidade real de haver desmoronamentos, então é mais seguro ficar deitado enrolado junto ao automóvel. O carro não será totalmente comprimido e permitirá a existência de um espaço de proteção mesmo ao seu lado. Se permanecer na viatura e houver desmoronamento, será muito difícil vir a sair dela”, advertiu.
Por fim, se se encontrar junto ao mar, deverá afastar-se e dirigir-se “para uma zona alta”, uma vez que “os grandes sismos com epicentro no mar podem provocar maremotos (tsunamis), por vezes de natureza catastrófica”.
“Afaste-se de zonas facilmente inundáveis, praias e margens de rios. Os estuários são zonas particularmente perigosas”, complementou a entidade, salientando que, caso esteja numa embarcação, tente voltar “para o largo”.
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