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"Quando cheguei à Ordem a Saúde não estava pior do que está hoje"

Miguel Guimarães fez, esta quarta-feira, um balanço dos dois mandatos como bastonário na Ordem dos Médicos.

"Quando cheguei à Ordem a Saúde não estava pior do que está hoje"

O segundo mandato de Miguel Guimarães como bastonário da Ordem dos Médicos termina nas próximas semanas. Esta quarta-feira, em jeito de balanço, numa altura em que decorrem eleições para o seu sucessor, o médico deu uma entrevista ao programa 'Esta Manhã', da TVI.

Durante a entrevista, o responsável garantiu que a saúde não estava em pior estado há seis anos, quando tomou posse, do que que está hoje e que, atualmente, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem "cada vez menos pessoas" a dar resposta às necessidades da população.

"Quando cheguei, a Saúde não estava em pior estado do que está hoje. Acho que a situação tem vindo a degradar-se. Como não estão a ser aplicadas, na prática, medidas estruturais que permita resolver várias das situações que existem, nomeadamente, no que diz respeito ao capital humano, ou seja, que os enfermeiros, os médicos e outros profissionais de saúde fiquem a trabalhar no SNS, temos mais dificuldade de resposta. As necessidades da população foram aumentando, cada vez temos pessoas mais envelhecidas, com mais doenças crónicas, cada vez temos necessidade de uma resposta mais alargada e mais consistente e cada vez temos menos pessoas para dar essa resposta. Portanto, hoje não estamos melhor do que estávamos em 2017", assegurou.

Desafio ao diretor executivo do SNS

O valor que SNS paga pelos exames de diagnóstico pré-natal e dedicados à Procriação Medicamente Assistida (PMA) vai subir, com o objetivo de incentivar a fixação de profissionais no SNS e que as ecografias obstétricas sejam bem feitas, sem pressas.

Para Miguel Guimarães esta é uma boa medida, contudo, o incentivo devia ser generalizado e não apenas focado na obstetrícia.

"A questão das ecografias obstétricas era uma necessidade porque o que acontecia até agora era que o hospital sempre que fazia esses exames, através de convenções com o exterior, aquilo que pagava por cada exame era um valor extremamente baixo que, obviamente, a quem fazia a eco acaba por não interessar. Recordo o caso do bebé sem rosto, que resultou obviamente de uma ecografia de segundo trimestre que não ficou bem feita. As ecografias obstétricas demoram muito tempo a fazer, precisam de cerca de uma hora para serem bem feitas. É preciso que a grávida se levante, caminhe um bocado, que volte outra vez para vermos o bebé nas suas várias posições, portanto, a ecografia estava muito subvalorizada", sublinhou, deixando, no entanto, um desafio ao diretor executivo do SNS, Fernando Araújo.

"A questão que se coloca aqui é: Quantos exames complementares de diagnóstico e terapêutica importantes nós temos que estão subvalorizados e que deviam estar devidamente valorizados?! Este é um desafio que deixo aqui ao senhor diretor executivo do SNS porque era importante olhar para o problema como um todo e não forcarmos apenas na obstetrícia", atirou.

Antes de a entrevista terminar, Miguel Guimarães confessou que quando terminar o seu mandato a primeira coisa é tirar "férias" depois é voltar ao Centro Hospitalar Universitário de São João onde pretende voltar às suas funções como médico urologista.

Recorde-se que estão a decorrer as eleições para bastonário e órgãos da Ordem dos Médicos. A votação está a ser feita eletronicamente até dia 19 de janeiro. Os médicos poderão escolher entre seis candidatos: Rui Nunes, Alexandre Valentim Lourenço, Bruno Maia, Carlos Cortes, Fausto Pinto e Jaime Branco.

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