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2022/Agosto. A ministra que atravessou a pandemia mas não resistiu

Depois de ser um dos 'rostos' do combate à pandemia, Marta Temido apresentou a demissão de ministra da Saúde na madrugada de 30 de agosto, não resistindo à crise das urgências que se agudizou no verão.

2022/Agosto. A ministra que atravessou a pandemia mas não resistiu
Notícias ao Minuto

09:30 - 17/12/22 por Lusa

País Revista do ano

Alegando que "deixou de ter condições" para exercer o cargo, a demissão foi aceite de imediato pelo primeiro-ministro, António Costa, mas Marta Temido manteve-se em funções até 10 setembro, a tempo de ver ainda aprovada pelo Governo a nova direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No mesmo dia, António Costa admitiu que a morte de uma grávida transferida do Hospital de Santa Maria para o São Francisco Xavier possa ter sido a "gota de água" que levou à saída da governante, a primeira baixa de peso no Governo cinco meses após a sua tomada de posse.

Reconduzida no cargo pela terceira vez, Marta Temido, com uma carreira ligada à gestão da Saúde, passou um verão tranquilo em termos de covid-19, depois das seis vagas de contágios que o país atravessou desde de 2020 e que puseram à prova a capacidade de resposta do SNS.

As fragilidades do SNS ficaram evidentes no verão, com a dificuldade de vários hospitais em organizarem escalas completas de especialistas, o que obrigou ao encerramento ou ao funcionamento condicionado de serviços de urgência de obstetrícia e de blocos de partos, uma situação que ainda se mantém.

Para responder à situação, o Governo criou uma comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos, coordenada pelo médico Diogo Ayres de Campos, que já entregou as suas propostas ao ministério, que remeteu para o início de 2023 as decisões políticas, que poderão passar pelo fecho de algumas maternidades.

Ao longo do tempo, sindicatos e ordens profissionais do setor exigiram a Marta Temido medidas estruturais para reforçar o SNS, alegando que a falta de condições de trabalho e salariais tem levado a uma "sangria" de médicos e enfermeiros, que encontram no privado e na emigração a atratividade que falta nos hospitais e centros de saúde públicos.

Depois de deixar o ministério da Saúde, onde entrou pela primeira vez em outubro de 2018 como ministra, Marta Temido assumiu o seu lugar de deputada na Assembleia da República, depois de ter sido cabeça-de-lista do PS por Coimbra.

Ao novo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, Marta Temido deixou um novo Estatuto para o SNS e a criação de uma direção executiva para coordenar a resposta assistencial aos utentes, mas também cerca de 1,4 milhões de portugueses sem médico de família, um processo negocial com os médicos por concluir, a reorganização dos serviços de urgências do país e a captação e fixação de profissionais nos hospitais e centros de saúde.

Outros acontecimentos de agosto

Logo em 01 de agosto, o primeiro carregamento de cereais ucranianos deixa o porto de Odessa, tal como previsto nos termos do acordo internacional com a Rússia, assinado em Istambul.

No mesmo dia, os Estados Unidos matam o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, depois de uma operação antiterrorista "bem-sucedida" durante o fim de semana no Afeganistão, segundo a Casa Branca e os 'media' norte-americanos.

O empresário Mário Ferreira torna-se, no dia 04, o primeiro turista espacial português ao fazer uma viagem suborbital de 10 minutos a bordo de uma nave da empresa aeroespacial norte-americana Blue Origin. A cápsula New Shepard descolou e aterrou no deserto do Texas, nos Estados Unidos.

Pedro Pablo Pichardo sagra-se, no dia 17, campeão da Europa do triplo salto ao 'voar' 17,50 metros, juntando este êxito aos títulos mundial e olímpico e dando a Portugal o terceiro pódio no evento multidesportos de Munique.

Mais um êxito no desporto, em 21 de julho: o canoísta Fernando Pimenta sagra-se campeão da Europa de K1 5.000 metros, em Munique. Em 29 de setembro, torna-se campeão do mundo de 'short race', especialidade de maratonas, e em 03 de outubro, fazendo equipa com José Ramalho, é campão do mundo de K2 maratonas, em Ponte de Lima.

No dia 22 de agosto, o ex-diretor da TVI Sérgio Figueiredo renuncia ao cargo de consultor estratégico do ministro das Finanças para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas. A escolha causou polémica por ir ganhar ao nível de um ministro e foi criticada pelos partidos da oposição. O jornalista queixou-se de "assassínios de caráter" e "ataques raivosos e agressões verbais".

O coração de D. Pedro IV (I no Brasil) chega a Brasília, no dia 22, numa viagem realizada a pedido do Governo brasileiro, para ser exposto nas comemorações do bicentenário da independência do país, em 07 de setembro.

Nas eleições em Angola de 24 de agosto, João Lourenço, do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), é reeleito presidente, à frente de Adalberto da Costa Júnior, da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). O MPLA venceu as eleições parlamentares, com 51%, embora a UNITA, com 44%, tenha estreitado a margem, tendo ganho na região de Luanda.

Agosto é também o mês em que deixa de ser obrigatória a utilização de máscara nos transportes públicos devido à pandemia de covid-19. A medida é decidida em 25 de agosto, em Conselho de Ministros.

E segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) morreram mais de um milhão de pessoas em todo o mundo devido à covid-19.

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