Tato Borges: "Se Governo não priorizar, tempo de espera continuará alto"

Presidente da ANMSP - Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública aponta falta de recursos humanos e recuperação de consultas adiada pela pandemia da Covid-19 como causas do aumento do tempo de espera nas urgências do país.

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© Artur Machado / Global Imagens

José Miguel Pires
12/12/2022 09:44 ‧ 12/12/2022 por José Miguel Pires

País

SNS

O presidente da ANMSP - Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, alertou na manhã desta segunda-feira para a necessidade de ver o Governo criar condições para que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) possa dar resposta ao aumento da procura nos hospitais do país, que resultou em altos tempos de espera nas urgências.

"É provável que este [alto] tempo de espera se mantenha um pouco mais se o Governo não assumir a necessidade de priorizar esta resposta e portanto, de criar um programa específico, dar alguns incentivos, para que seja possível trabalhar em horas extraordinárias ou de forma diferente para poder dar esta resposta necessária", disse Tato Borges em declarações à RTP

Para o médico de profissão, "é preciso perceber o que é que o SNS vai fazer em termos de reformulação do acesso das pessoas, não só no serviço de urgências mas nas consultas hospitalares". Um esforço conjunto que "implica uma resposta organizada para fazermos face a esta necessidade e reduzirmos os tempos de espera", algo que "não será fácil, nem imediato, mas levará um esforço grande do SNS".

Tato Borges apontou dois principais fatores que serão responsáveis pelo aumento dos tempos de espera nas urgências do país: a falta de recursos humanos e ainda os efeitos da pandemia da Covid-19, que deixou consultas de especialidade, bem como cirurgias, em atraso. 

"Os médicos de família estavam assoberbadíssimos com o trabalho que a pandemia também lhes exigia. Por isso houve um atraso e estaremos agora a recuperar o número de utentes que deveriam ter sido atendidos e, consequentemente, haverá uma maior procura, que por si só faz aumentar o tempo de espera", explicou Tato Borges, antes de alertar também para a reforma de vários médicos e a rescisão de contrato de outros após a pandemia da Covid-19, o que resulta num "menor número de recursos humanos disponíveis para trabalhar".

Nas últimas semanas registaram-se altos tempos de espera em várias urgências hospitalares do país. No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, por exemplo, o mesmo chegou a ultrapassar as nove horas.

Leia Também: Ordem debate hoje criação da especialidade de Medicina de Urgência

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