Em resposta à agência Lusa, Catarina Nunes afirmou hoje que o plenário anual da NATO Industrial Advisory Group (NIAG), que se realiza em Vila Nova de Gaia de 28 a 30 de novembro, contribuirá para "reforçar a imagem que existe internacionalmente sobre as entidades que integram a Base Tecnológica e Industrial da Defesa (BTID) portuguesa".
A presidente do conselho de administração da idD Portugal Defende disse ainda esperar que do plenário resultem "parcerias para fornecimentos industriais, para projetos de investigação e desenvolvimento para consórcios".
O NIAG, órgão consultivo e de assessoria que atua como porta-voz das indústrias e das associações nacionais de defesa e segurança junto da NATO, reúne-se em Gaia na próxima semana, sendo que à margem das sessões plenárias decorrerá, na segunda-feira, um 'Industry Day' que visa "apresentar produtos e serviços de mais de 30 entidades nacionais".
Proposto pela idD Portugal Defence, o dia dedicado à indústria contará com a presença de 43 entidades nacionais, desde empresas a centros de investigação e universidades "com múltiplos âmbitos de atuação", sendo que 30 participarão em formato de exibidores.
Na segunda-feira são esperadas várias demonstrações, nomeadamente de protótipos de sistemas de avaliação de deformações para pás de turbinas, montagem e desmontagem de tendas militares e de campanha, veículos aéreos autónomos de descolagem e de aterragem vertical, soluções de serviços de cibersegurança e sistemas de ciberdefesa, peças de vestuário militar, incluindo vestuário inteligente, dispositivos médicos que interagem com a pele ou tecnologias adesivas.
"Estas demonstrações têm como objetivo dar a conhecer e promover as valências da BTID, por forma a propiciar eventuais oportunidades de negócio, colaboração e cooperação", salientou.
Questionada se esta seria uma oportunidade para potenciar a indústria de defesa nacional, em particular, a da região Norte, Catarina Nunes afirmou que esta é uma oportunidade para as empresas poderem "interagir entre si e potenciar a cooperação", considerando "crítica" a criação de consórcios nacionais para "responder a desafios internacionais, seja no âmbito da NATO, seja no âmbito da União Europeia".
"Portugal tem uma posição geoestratégica muito interessante, que permite a ligação a diferentes geografias, e por outro lado é reconhecida internacionalmente a nossa capacidade em integrar diferentes pacotes de trabalho, nomeadamente quando estamos a falar de I&D e Inovação", observou.
No plenário, que decorre três vezes por ano, uma das quais exterior ao quartel-general da NATO em Bruxelas, vão estar representadas 51 entidades de 25 países.
Nestas reuniões, além de serem abordados os resultados e desenvolvimentos de vários estudos do NIAG, serão também discutidas as recentes iniciativas da NATO no âmbito da inovação, como o 'Defence Innovation Accelerator for the North Atlantic' (DIANA), para o qual "Portugal irá contribuir com um centro de testes localizado no Centro de Experimentação Operacional da Marinha, e um acelerador, a instalar no Arsenal do Alfeite".
"As também recentes iniciativas da defesa por parte da União Europeia também serão abordadas, contando-se com uma apresentação de um oficial da Direção-Geral da Indústria de Defesa e do Espaço da Comissão Europeia", acrescentou Catarina Nunes.
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