Populações vão a Espanha para compor pacote de aquecimento das habitações

As pessoas residentes na área transfronteiriça do Planalto Mirandês recorrem cada vez mais à vizinha Espanha para compor os encargos que têm para aquecer as suas casas e fazem "pacotes" onde estão incluídos combustíveis, gás e 'pellets'.

Navigator vende fábrica de pellets nos Estados Unidos

© Wikimedia Commons

Lusa
18/11/2022 14:53 ‧ 18/11/2022 por Lusa

País

Planalto Mirandês

Casimiro João, residente numa das aldeias do concelho de Miranda do Douro, disse à Lusa que quando vai à vizinha vila de Alcanizes, em Espanha, compra 'pellets', que são mais baratas cerca de dois euros, o combustível diesel, mais barato cerca de 25 cêntimos e com desconto pode chegar aos 35 cêntimos, e o no gás poupa-se 10 euros em cada botija.

Para comprovar a afirmação, a Lusa visitou uma superfície comercial em Miranda do Douro onde um saco de 15 quilos de 'pellets' para aquecimento estava marcado a 9,99 euros. Já em Alcanizes, do outro lado da fronteira, a mesma quantidade custa 8,25 euros.

Verificado o preço do gás propano, uma garrafa custa na mesma localidade espanhola 18,58 euros e, em Portugal, o mesmo produto e da mesma marca custa 28,40 cêntimos em Mogadouro.

Esta diferença de preços leva os habitantes da raia nordestina a optarem por ir a Espanha para "poupar alguns euros", numa altura em que os preços para aquecimento "estão pela hora morte", com vincou Ernesto Rodrigues, de Miranda do Douro

"Nos últimos anos, o preço das 'pellets' quase que triplicou e, para ter a casa quente durante o dia, pode-se gastar um saco de 'pellets'", disse.

Mas os habitantes da raia dizem que o que vale mesmo a pena é atestar o depósito e trazer reservas, comprar uma ou duas botijas de gás e o espaço que sobrar no carro é para meter sacos de 'pellets'.

Ao entrar num café em Miranda do Douro, o preço das matérias-primas para o aquecimento era tema central, sendo apontado o "exagerado" preço das 'pellets' e defendida a lenha para aquecimento, porque "sai mais em conta".

A Lusa visitou igualmente revendedores de sistemas de aquecimento alimentados por 'pellets' em Mogadouro e Miranda do Douro, onde ficou claro que a venda este ano destas "máquinas" é muito reduzida e que terão de ficar "em stock".

Na passagem entre Miranda do Douro para Alcanizes, a Lusa encontrou na aldeia de Malhadas um comerciante de lenha das várias espécies de árvores que preparava a matéria-prima ao gosto do cliente e disse que a "lenha ainda é o mais barato para aquecer as casas e os clientes são fiéis".

"Não noto novos clientes. São sempre as mesmas pessoas a comprar lenha, porque fica mais em conta", relatou o empresário Celestino Mota.

Cada 4.000 quilos de lenha cortada e entregue à porta custam em média 450 euros, o que para uma família normal pode dar para o inverno rigoroso, como é em Trás - os- Montes.

"Eu gasto em minha casa por anos cerca de 12 mil quilos de lenha em todos os sistemas de aquecimento, porque me fica mais em conta", concluiu..

Leia Também: Primeira neve do inverno chega a Kyiv entre apagões e falhas de energia

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