Obrigatória para os estudantes do 9.º ano e acessível a todos os alunos dos 11 aos 17 anos, a prova certificada pela Universidade de Cambridge deverá ser feita por cerca de 121 mil estudantes.
As escolas estão a preparar-se para o teste e milhares de famílias já foram informadas de que os seus filhos (que não fazem a prova) não terão aulas na quarta-feira, para garantir que estão criadas as condições.
Os professores receberam apenas na segunda-feira o guia de procedimentos que têm de seguir. "As informações chegaram muito em cima do momento. Só na segunda chegou o guia e só hoje chegou o material para aplicar amanhã", disse à Lusa Sónia Ferreira, adjunta do presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).
Ao longo de 21 páginas, o guia disponibiliza instruções detalhadas sobre a forma de atuar e o material que pode ser usado na aula.
A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) considerou exagerado o nível de detalhe do manual mas, para Sónia Ferreira, estas informações permitem uniformizar os procedimentos e garantir "que não haverá dúvidas, permitindo aplicar regras iguais em todas as escolas".
A polémica em torno da dimensão do guia é também desvalorizada pela presidente da Associação Nacional de Professores de Língua Inglesa (ANPLI), Ana Neves, que lembrou que antes do início da prova, os professores terão ainda de ler duas páginas com instruções aos alunos.
Pela primeira vez, os professores vão corrigir uma prova nacional no computador: "Quando os alunos terminarem os testes, eles serão levados e digitalizados. Vamos receber as provas no computador e é aí que iremos fazer a correção", explicou Ana Neves.
Ana Neves critica sim o nível da prova escolhido: "é o nível de exigência dirigido a alunos de 7.º ano que será feito aos do 9.º", diz, esperando que no próximo ano estes estudantes possam fazer uma prova de nível acima.
A ANPLI gostaria ainda que, no futuro, fosse também possível aos alunos do secundário fazer um exame -- o First Certificate.
O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, lembrou todo o processo em que "a maioria dos professores se mostrou indisponível para participar", porque "há uma enorme antipatia em relação a este exame de inglês".
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) acusou a tutela de obrigar os docentes a fazerem formação para serem corretores do teste de diagnóstico de Inglês, mas o Ministério da Educação e Ciência (MEC) garantiu que era voluntária a inscrição e formação de docentes classificadores da prova.
Para já, os problemas prendem-se com os que vão ficar sem aulas por causa do teste. Na escola de Manuel Pereira mais de metade dos alunos não vai à escola: "Cerca de 450 alunos não vão ter aulas amanhã, porque é preciso criar condições para que os outros façam o exame", lembrou.
A prova é certificada pelo Cambridge English Language Assessment, uma entidade pertencente à Universidade de Cambridge que desenvolve instrumentos de avaliação ao domínio da língua. O certificado custa 25 euros mas é gratuito para os alunos do escalão A da Ação Social e apenas metade do preço para os do escalão B.
Depois da prova escrita, os alunos realizarão a componente oral, entre 24 de março e 30 de junho.