"É muito triste perder um poeta da sua dimensão", diz Manuel Alegre

O histórico socialista Manuel Alegre classificou hoje Vasco Graça Moura como "uma figura impar na vida cultural contemporânea" portuguesa e disse ser "muito triste" perder um poeta com a sua dimensão.

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Lusa
27/04/2014 17:00 ‧ 27/04/2014 por Lusa

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Graça Moura

"Era uma grande figura da cultura portuguesa, grande poeta, excelente tradutor com magníficas traduções de Dante, Shakespeare e outros", disse Manuel Alegre.

O socialista elogiou ainda o trabalho que desenvolveu à frente das instituições onde esteve, tendo destacado o "excelente trabalho" enquanto comissário do pavilhão de Portugal na Exposição Mundial de Sevilha e agora à frente do Centro Cultural de Belém (CCB).

Afirmando que era um "homem de grande abertura" nas questões culturais, "nada sectário e um bom camarada", Manuel Alegre disse ainda que Vasco Graça Moura tinha uma grande capacidade de trabalho e uma "extraordinária coragem".

"Resistiu à doença além de tudo aquilo que era previsível", sublinhou.

O escritor e tradutor Vasco Graça Moura, de 72 anos, morreu ao fim da manhã de hoje em Lisboa, devido a doença prolongada.

O corpo vai estar hoje em câmara ardente na Basílica da Estrela, estando o funeral marcado para as 10:00 de terça-feira.

Poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo, cronista e tradutor de clássicos, Vasco Graça Moura estreou-se nas letras com "Modo mudando", em 1962. Publicou, entre outros, "A sombra das figuras" (1985), "A furiosa paixão pelo tangível" (1987), "Testamento de VGM" (2001) e "Os nossos tristes assuntos" (2006). Reuniu a "Poesia toda" em dois volumes, num total de mais de mil páginas, em 2012.

Recebeu o Prémio Pessoa e o Prémio Vergílio Ferreira, os prémios de Poesia do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Escritores, que também lhe atribuiu o Grande Prémio de Romance e Novela, entre outras distinções. Em janeiro, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago de Espada.

Foi diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian, diretor da Fundação Casa de Mateus, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.

Em janeiro de 2012, substituiu António Mega Ferreira na presidência da Fundação Centro Cultural de Belém.

Era uma das vozes mais críticas do acordo ortográfico, do qual reclamou a revisão, numa intervenção no Porto, em maio de 2012, porque entender que em "nada contribui para a unidade da ortografia" da língua portuguesa.

Na homenagem que a Fundação Gulbenkian lhe dedicou, não hesitou em afirmar: "A poesia é a minha forma verbal de estar no mundo".

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