Câmara quer retirar estádio ao FC Arouca em junho de 2023

A Câmara Municipal de Arouca anunciou hoje a intenção de suspender em junho de 2023 o contrato que permite ao Futebol Clube de Arouca, atualmente a jogar na I Liga, usufruir do estádio dessa autarquia do distrito de Aveiro.

the stadium of FC Arouca during the UEFA Europa League third round second leg match between Arouca and Heracles Almelo on August 4, 2016 at the Estadio Municipal in Arouca, Portugal.(Photo by VI Images via Getty Images)

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Lusa
06/10/2022 15:41 ‧ 06/10/2022 por Lusa

País

Arouca

A proposta de denúncia do contrato já foi aprovada em reunião de Câmara, com os votos favoráveis da maioria PS e a abstenção dos vereadores do PSD, e surge na sequência dos desentendimentos ocorridos entre ambas as partes no final de setembro, por altura da Feira das Colheitas, quando a autarquia anunciou concertos para o parque de estacionamento do estádio e o clube encerrou esse espaço com cadeados.

A GNR foi chamada ao local para cortar as correntes a pedido do executivo socialista, que sustentou a sua decisão no facto de ser proprietária do recinto, mas os concertos foram mesmo assim transferidos para outro local, já que, como defendeu então o clube arrendatário, o acordo entre as duas entidades não permite à câmara uma "imposição autoritária" sem "concertação com o inquilino", nem deixa que os interesses culturais da autarquia se sobreponham "ao planeamento dos treinos e jogos profissionais" do clube.

Agora, o documento aprovado pelo executivo camarário defende que o "incumprimento de obrigações contratualmente assumidas e assinadas" pelo clube gerou "graves e danosas consequências" para o município quando esse acolhia "o seu mais importante evento", pelo que, a propósito do Contrato de Cedência de Utilização de Infraestruturas Desportivas outorgado a 21 de maio de 2014 com o FC Arouca, a Câmara propõe que a 13 de junho de 2023 "se denuncie o mesmo com efeitos para o termo da renovação atual em curso" -- o que implica que, até essa data, o clube "deixe as instalações livres de pessoas e bens".

Para o executivo liderado por Margarida Belém, "só deste modo se poderá acautelar a plena satisfação do interesse público que o município está legalmente obrigado a prosseguir" e se conseguirá evitar "a repetição de constrangimentos semelhantes no futuro".

A proposta aprovada na reunião camarária acrescenta que "é desejável que a direção do FC Arouca, que tantas alegrias desportivas já permitiu aos arouquenses, repense a sua conduta e relação com as instituições locais, nomeadamente com o município, que trabalha em prol de todos os arouquenses" e, segundo a maioria socialista, foi "desrespeitado" ao ver-se "privado da utilização do que lhe pertence".

Contactada pela Lusa, a direção do clube não quis comentar o assunto, mas confirmou o pagamento à autarquia de uma renda anual de 7.460 euros pelo estádio.

Já os três vereadores do PSD, que se abstiveram na votação do documento, justificaram a sua posição com o facto de não estarem na posse dos documentos que comprovem a ordem cronológica "das comunicações entre o município e o FC Arouca" para negociação do acesso ao parque de estacionamento onde a autarquia queria realizar os concertos.

Mesmo assim, Vítor Carvalho, Célia Alves e Helena Rodrigues criticam o executivo socialista pela "forma lamentável como conduziu este processo, trazendo-o para a praça pública em plena Feira das Colheitas, manchando o seu bom nome e reputação dentro e fora do concelho".

Os sociais-democratas argumentam que "não pode a senhora presidente [da câmara] estar a querer envolver a oposição nesta fase do processo quando o deveria ter feito anteriormente, dando conhecimento dos desenvolvimentos deste assunto" em vez de ter optado "por assumir o protagonismo de uma posição pública como responsável máxima do município, sem acautelar as possíveis consequência dessa posição".

Leia Também: Oday Dabbagh entrou e salvou um ponto para o Arouca na Mata Real

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