"A nossa decisão, que tentaremos concretizar, é no dia 25, à mesma hora ou noutra, proferir nalgum sítio a intervenção que seria feita na Assembleia da República", disse à Lusa Vasco Lourenço.
Essa intervenção somar-se-á àquela que farão no final do desfile do 25 de Abril, no Rossio.
"Naturalmente que a intervenção que gostaríamos de realizar na Assembleia da República não seria igual à que faremos no Rossio", afirmou o coronel, referindo que ainda não foi decidido a forma e local que essa iniciativa terá.
A Associação 25 de Abril estará ausente da sessão solene do 25 de Abril no parlamento, anunciou na quinta-feira Vasco Lourenço depois de a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, ter afastado a hipótese de os militares de Abril usarem da palavra no plenário, que tinham imposto como condição para voltarem a comparecer na cerimónia.
A presidente da Assembleia da República afirmou hoje que convidou a Associação 25 de Abril para estar presente "e só" na sessão solene comemorativa da revolução, e que se os militares impõem a condição de falar "o problema é deles".
Confrontada com a condição de usar da palavra imposta pelo presidente da Associação 25 de Abril para que os militares de Abril estejam presentes na sessão solene, Assunção Esteves respondeu: "O problema é deles".
No ano passado, a Associação 25 de Abril voltou a não estar presente na sessão solene comemorativa do aniversário da revolução de 1974, como aconteceu em 2012, por considerar que o atual ciclo político está contra os seus ideais e valores.
No ano passado, em comunicado, a Associação justificou a decisão por considerar que "a linha política seguida pelo atual poder político deixou de refletir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril configurado na Constituição da República Portuguesa" e que "o poder político que atualmente governa Portugal, configura um outro ciclo político que está contra o 25 de Abril, os seus ideais e os seus valores".
A Associação sublinhava que a sua ausência da sessão solene "não visa as instituições de soberania democráticas, não pretendendo confundi-las com os que são seus titulares e exercem o poder".