Uma mulher descobriu que o marido tinha morrido há dois dias quando o foi visitar ao Hospital Beatriz Ângelo, onde este estava internado por ser doente oncológico terminal.
De acordo com a reclamação apresentada pela filha, o progenitor esteve dois dias na morgue da unidade hospitalar sem que ninguém informasse a família do óbito.
No parecer da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) é indicado que, no dia 21 de setembro de 2021, "a esposa do utente ter-se-á dirigido ao referido prestador para fazer uma visita tendo sido informada […] que o marido tinha falecido 2 dias antes, no domingo, dia 19".
Segundo a reclamação apresentada pela filha, a família não foi informada e a situação foi "descoberta de forma casual, abrupta e insensível para com a família”.
Em resposta à reclamação, o hospital referiu que "infelizmente a cadeia de transmissão de informação, relativa à comunicação do óbito à família, não funcionou como é habitual e devido".
O prestador de cuidados de saúde acrescenta ainda que "existiu um lapso nesta transmissão de informação, tendo a respetiva médica assumido que a família havia sido informada pela equipa de apoio ao internamento, imediatamente após a confirmação do óbito, pelo que não o fez”. O hospital lamenta ainda o sucedido.
A ERS concluiu que "a atuação do prestador não se mostrou consentânea com a proteção dos direitos e interesses dos utentes" e acrescenta que se tona "imperioso a adoção da atuação regulatória infra delineada de modo a assegurar que os procedimentos empregues pelo HBA, se revelam idóneos para garantir o direito do acompanhante ser devidamente informado, em tempo razoável, sobre a situação do doente nas diferentes fases do atendimento".
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