"Essa passagem inferior quase que é feita entre a estação atual de Metro [na linha Amarela] para a futura estação [linha Rosa], porque essa passagem vai ser possível", disse hoje o gestor do projeto da linha Rosa, Filipe Almeida, acrescentando que no futuro será possível "fazer um atravessamento quase como existia antigamente".

O responsável falava aos jornalistas no estaleiro da Metro do Porto montado na Praça da Liberdade, após uma visita feita pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, aos trabalhos tanto da linha Rosa, no Porto (São Bento - Casa da Música), como do prolongamento da linha Amarela, em Vila Nova de Gaia (Santo Ovídio - Vila d'Este).

"Como vai haver uma entrada do lado do passeio, no lado nascente [na Praça da Liberdade, junto à estátua do Ardina], quem vier da Praça Almeida Garrett, da direção da Ponte Luiz I para aqui [Praça da Liberdade] a pé, até pode entrar pela estação e sair deste lado, e portanto faz o atravessamento pelas estações e não vem à superfície", explicou.

O antigo túnel pedonal, junto à igreja de Santo António dos Congregados, cuja escadaria ainda é visível junto à entrada da Rua da Madeira, adjacente à estação ferroviária de São Bento, foi inaugurado em 1964 e encerrado na sequência das obras da linha Amarela do metro, no início do século XXI.

Também na Rua da Madeira, haverá ainda uma zona de passagem pedonal entre a futura estação de metro, na zona do antigo túnel pedonal, e a estação ferroviária de São Bento.

Nas obras da futura estação de metro de São Bento têm sido também encontrados vários achados arqueológicos, disse aos jornalistas Filipe Almeida.

"Isto é uma zona que tem uma ocupação já durante bastante tempo, portanto é normal que se encontrem alguns achados. Encontrou-se a antiga Fonte da Natividade, uma parte de um torreão de uma Muralha Fernandina", contou.

Segundo o responsável, "estão a concluir-se os trabalhos", esperando terminá-los em breve "para libertar toda a área, para continuar com o desvio de serviços afetados que estão em curso", como telecomunicações e energia.

Questionado sobre os atrasos que tais descobertas acarretam, Filipe Almeida disse que "tem sempre algum impacto, porque são coisas, de alguma forma, imprevisíveis".

"Mas vamos tentar recuperar isso. Conseguimos, na obra, depois ajustar isso com algumas atividades, e ultrapassar essas dificuldades", assegurou.

As obras consistem ainda no desvio do rio da Vila, que atravessa aquela zona da cidade em túneis.

"Há aqui umas galerias bastante grandes que vêm a descer a Avenida dos Aliados, que são desviadas através de um túnel que vai ser construído até ao Largo de São Domingos", explicou.

As extensões das linhas Amarela e Rosa estão orçadas em 407 milhões de euros, montante ao qual acresce IVA, e a construção do 'metrobus' e da linha Rubi, previstas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), custarão 365 milhões de euros mais IVA.

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