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Responsáveis das comemorações da independência do Brasil admitem atrasos

Os três coordenadores do programa para as comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, que se celebram oficialmente a 07 de setembro, admitem atrasos e indefinição de orçamentos, mas garantem haver "grande mobilização" política para garantir o sucesso do evento.

Responsáveis das comemorações da independência do Brasil admitem atrasos
Notícias ao Minuto

09:52 - 12/03/22 por Lusa

País Bicentenário

"Eu costumo dizer que, enquanto Portugal tem um coordenador, nós temos dois. Com isso, a gente vai recuperar o tempo perdido, porque nós temos consciência que talvez pudéssemos ter começado um pouco mais cedo", afirmou George Prata, um dos diplomatas responsáveis pela coordenação do programa das comemorações do lado do Brasil.

"Nós estamos um pouco atrasados, relativamente. Mas se quiser dizer quando começou o movimento da independência, você pode considerar que isso começou no dia 09 de janeiro, quando o imperador Dom Pedro resolveu ficar no Brasil, e setembro, quando ele proclamou" a independência, refere Gonçalo Mourão, o outro diplomata brasileiro responsável pelas comemorações.

Nesta perspetiva, em que a independência foi proclamada em seis meses "não há atrasos, o que há é uma premissa do tempo", afirmou.

Já sobre o orçamento que o Brasil tem para as comemorações, Gonçalo Mourão respondeu: "Não tenho nem a menor ideia", explicando que existem vários orçamentos.

Para justificar a resposta dá como exemplo a iniciativa de restauro e reabilitação do museu do Ipiranga, no estado de São Paulo, construído no local onde Dom Pedro proclamou a independência.

Este museu da independência, que será inaugurado a 07 de setembro deste ano, "está sendo restaurado e reabilitado com dinheiro do estado de São Paulo, (...), do governo federal e de entidades públicas privadas (...)" e com o contributo de "grandes bancos e grandes empresas", explicou.

George Prata, por seu lado, admitiu que ainda há orçamentos por definir, mas preferiu falar da grande "mobilização política".

Segundo o diplomata, a comemoração do bicentenário é uma iniciativa tão grande no Brasil, que "diversos órgãos", do governo federal, dos governos estaduais, dos municípios e até diferentes áreas do Ministério das Relações Exteriores estão a tratar de diferentes eventos.

"A questão orçamental é sempre complicada, com uma demanda grande, e os recursos são limitados", admitiu.

Mas "o que há a fazer é estabelecer prioridades, principalmente no Brasil, que não é um país assim tão rico", afirmou, e definir "o que vamos destinar para a educação, saúde, meio ambiente e (...) para o bicentenário", acrescentou George Prata.

O coordenador salientou que o Brasil "tem plena consciência que essa comemoração não é só voltada para trás".

"Nós queremos celebrar o país em que nos tornámos. Por isso, toda a sociedade brasileira, dos diferentes setores do Brasil, estão comemorando o bicentenário", salientou.

"Existe uma imensa mobilização da sociedade brasileira, do governo brasileiro e da sociedade portuguesa e do governo português. É uma mobilização ampla e dos dois lados, daí que é muito difícil nós termos às vezes informações muito precisas, justamente devido à amplitude dessa mobilização", acrescentou.

No dia 07 de setembro haverá "um programa especial, que ainda está, porém, para ser aprovado pelo Presidente" do Brasil, Jair Bolsonaro, referiu.

"O Presidente dará prioridade ao orçamento que for necessário, quando decidir quais serão as manifestações específicas do sete de setembro", garantiu.

O diplomata recordou ainda que, desde o ano passado, que o Ministério das Relações Exteriores está a programar eventos comemorativos do bicentenário.

"O que estamos a fazer é dar força à cooperação com Portugal, para que tenhamos ainda mais eventos e que os que já estão preparados sejam os mais bonitos e representativos possíveis e espelhem a excelência do nosso relacionamento", acrescentou, para responder também à questão de eventuais atrasos.

Já o coordenador do programa de comemorações do lado português, o embaixador Francisco Ribeiro Telles, recordou que o país estrá "a viver em duodécimos".

"Agora, com a aprovação de um novo Orçamento [do Estado], com certeza que espero, ou tenho a expectativa, de poder ter alguma margem financeira para apoiar e subsidiar alguns projetos que nos vão chegando", acrescentou.

O diplomata português assegurou que as comemorações também não se esgotam a 31 de dezembro deste ano.

"Vão muito para além disso e o que sinto é que há muita criatividade, tanto da parte do Brasil como de Portugal, para encetar novos projetos que tenham a ver com a relação entre os dois países", afirmou.

Ribeiro Telles sublinhou também o facto de "a primeira iniciativa que os coordenadores da parte do Brasil tiveram para o bicentenário foi terem vindo a Lisboa falar com as pessoas, que estão encarregues aqui do bicentenário".

Isso, na sua opinião, "reflete a importância que o Brasil atribui ao bicentenário e à presença de Portugal nesse bicentenário", afirmou.

Neste primeiro encontro, que ocorreu durante a segunda visita oficial do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Alberto França, a Portugal, no início desta semana, que se reuniu com o homólogo português, Augusto Santos Silva, falou-se do bicentenário, da possibilidade de realização de ações conjuntas, de instruir as representações diplomáticas para também terem eventos comuns e daquilo que está programado, tanto para o Brasil, como para Lisboa e Porto, concluiu.

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