Operação Pretoriano. Lourenço Pinto diz que suspendeu a AG do FC Porto

O presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG) do FC Porto à data da reunião de novembro de 2023 disse hoje ter suspendido o ato no auditório do Estádio do Dragão, ainda antes da passagem para o pavilhão.

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Lusa
05/06/2025 19:38 ‧ ontem por Lusa

País

Operação Pretoriano

Na 17.ª sétima sessão de julgamento da Operação Pretoriano, no Tribunal de São João Novo do Porto, Lourenço Pinto, ainda membro do Conselho Superior dos 'dragões', assumiu que seria impossível proceder a qualquer votação, tendo em conta a grande afluência à reunião magna portista.

 

"Decidi que tínhamos de suspender a AG. Quando saímos do auditório, ficou logo adiada para dia 20 [de novembro de 2023]. A ordem de trabalhos não se coadunava com aquele excesso de pessoas. A votação jamais faria sentido. Eu comuniquei no auditório que estava suspensa, era uma questão obrigatória", começou por explicar, apesar de ter apontado, posteriormente, a inviabilidade de votação de 84 artigos na especialidade durante a mesma noite como principal motivo para o adiamento.

Ainda assim, sem a perspetiva de serem votadas as alterações estatutárias, acatou a mudança de local dos trabalhos para o Dragão Arena, uma decisão pela qual nega ter tido responsabilidade, apesar das funções que desempenhava, por "carinho aos sócios" e "respeito ao seu direito de reunião".

Confrontado por Sofia Branco, advogada do FC Porto, assistente no processo, com a ata da AG, que terá referência a uma "tentativa de votação", o antigo presidente da Associação de Futebol do Porto frisou, uma vez mais, que não houve qualquer matéria sujeita a sufrágio.

Em contradição com inquirições anteriores, negou ter recebido qualquer relato de que não estariam reunidas as condições de segurança necessárias para prosseguir a reunião no recinto desportivo.

"Ninguém me tinha comunicado que não havia condições, é tudo uma atoarda. Começou tudo muito bem, sem qualquer alteração, com o discurso de Pinto da Costa, que colocou até em causa algumas das alterações, mas a AG esteve sempre bem comportada, fora um ou outro 'piropo' normal", defendeu.

Apenas na sequência do discurso de Henrique Ramos, em que este se referiu às casas do clube, identificou um extrasavamento do clima de tensão no Dragão Arena e terminou as diligências.

"A primeira vez que vi uma situação de confronto foi essa e imediatamente suspendi. Uma coisa são uns 'piropos', o que é normal, faltas de respeito e agressões já não tolero", vincou.

Porém, identificou uma "diferença abissal" entre o número de pessoas que passaram pelo normal processo de acreditação e a total afluência ao pavilhão, tendo fornecido à Polícia de Segurança Pública a lista de sócios credenciados, por intermédio dos serviços do clube.

O depoimento de Lourenço Pinto, que durou cerca de duas horas, ficou ainda marcado por uma altercação com a presidente do coletivo de juizes, que considerou que algumas das suas respostas ao Tribunal estavam a "raiar a má educação e a desobediência".

"Admiro que me faça essa pergunta a mim. Eu já fazia a AG ainda você [juiza] não era nascida", disse o antigo presidente da Mesa da AG do FC Porto antes da advertência, tendo-se retratado no final do depoimento.

O julgamento da Operação Pretoriano retoma na próxima quarta-feira, dia 11 de junho.

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram em 17 de março a responder por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob forte aparato policial nas imediações.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno de uma AG do FC Porto, em novembro de 2023.

Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases.

Leia Também: "Mamão" e "bandido". Testemunhas relatam insultos a Pinto da Costa na AG

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