Presidente da SATA acusa Turismo dos Açores de tratamento desigual

O presidente do conselho de administração da companhia aérea SATA, Luís Rodrigues, acusou hoje a Associação de Turismo dos Açores (ATA) de tratar a companhia aérea açoriana de forma diferente de outras companhias.

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Lusa
24/02/2022 17:14 ‧ 24/02/2022 por Lusa

Economia

Luís Rodrigues

"Não podemos aceitar que haja dinheiro para ajudar os outros e não haja para ajudar a SATA. Infelizmente, é o caso neste momento", afirmou, numa audição na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores.

Luís Rodrigues foi ouvido a propósito de um projeto de resolução apresentado por PSD, CDS-PP e PPM (partidos que integram a coligação de governo), que recomenda ao executivo açoriano que promova o aeroporto das Lajes, na ilha Terceira, "enquanto porta de entrada de fluxos turísticos nos Açores, sejam nacionais ou internacionais".

O presidente do conselho de administração da SATA disse que a companhia aérea solicitou apoios à ATA para operações que se vão realizar neste verão e que recebeu, numa fase inicial, resposta afirmativa, mas depois esse apoio foi recusado.

"Infelizmente fomos surpreendidos há uns dias com: Afinal não há orçamento, não vos podemos apoiar. Mas há dinheiro para os outros. Isso é que é difícil de entender", revelou.

"Gostaria apenas que a SATA fosse tratada da mesma maneira que todas as outras companhias. Não estou a exigir nem mais, nem menos", acrescentou.

Luís Rodrigues alertou para possíveis constrangimentos nos aeroportos dos Açores, em particular no de Ponta Delgada (São Miguel), neste verão, alegando que estas infraestruturas não têm acompanhado o crescimento de turistas na região.

"O aeroporto de Ponta Delgada não tem capacidade para processar, à hora a que os voos internacionais podem chegar, todos os passageiros que vão passar por lá. Aquilo vai rebentar por todos os lados, vai haver chatice da grossa e o produto vai ser péssimo", avisou.

"O SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] não consegue disponibilizar mais agentes, o aeroporto não tem instalações e nós vamos assistir a 600/700 passageiros a chegar, quando há capacidade para processar 150 ou 160 por hora. Vai haver filas pela pista fora", alertou.

Segundo o presidente do conselho de administração da SATA, os Açores estão "a crescer muito mais rápido" do que o resto do país em número de turistas, mas os aeroportos "não têm respondido à mesma altura em termos de infraestruturas e de capacidade de pessoal".

"Já começou a dar maus resultados em 2021 e este ano vão-se agravar sistematicamente. A experiência não vai ser positiva", salientou.

Esses constrangimentos são sentidos também nas empresas de aluguer de viaturas, restaurantes e hotéis, por isso, "a SATA é obrigada a procurar destinos alternativos", como as ligações do estrangeiro para a ilha Terceira, desde que sejam "economicamente sustentáveis", explicou Luís Rodrigues.

Leia Também: SATA diz que não vale a pena reforçar voos para os Açores sem promoção

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