Assassino de Maëlys de Araújo condenado a prisão perpétua

Menina lusodescendente de 8 anos desapareceu durante uma festa de casamento no sudeste de França, em 2017. Autor confesso do crime não vai recorrer da sentença.

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Tomásia Sousa
18/02/2022 15:41 ‧ 18/02/2022 por Tomásia Sousa

País

França

Foi condenado a prisão perpétua Nordhal Lelandais, o homem de 38 anos acusado da morte da menina lusodescendente Maëlys de Araújo, durante uma festa de casamento no sudeste de França, em 2017. A pena não poderá ser revista durante, pelo menos, 22 anos.

O Tribunal considerou que o acusado é responsável por todos os factos de que era acusado e validou, assim, o pedido feito ontem pelo Ministério Público para a prisão perpétua com um período de prisão efetiva de pelo menos 22 anos.

Alain Jakubowicz, advogado de Nordahl Lelandais, já afirmou que o seu cliente não vai recorrer da decisão judicial.

O autor confesso da morte da criança voltou hoje a pedir desculpas à família da menina, perante o Tribunal de Grenoble Assize.

"Como lhe disse na sexta-feira, reconheço sinceramente todos os factos pelos quais estou acusado. Sei que as famílias nunca vão aceitar as minhas desculpas, mas peço-lhes desculpas com a maior sinceridade", afirmou, nas suas últimas palavras antes de uma pausa na sessão para as deliberações.

O pedido foi, no entanto, desvalorizado pela defesa da mãe de Maëlys.

"Nordahl Lelandais teve muito tempo durante estas três semanas de julgamento para nos contar o que realmente aconteceu naquela noite de 26 para 27 de agosto. O que ele conseguiu dizer foi de pouco valor para meus clientes", afirmou Fabien Rajon.

O julgamento durou três semanas e contou com alguns avanços e recuos na versão transmitida por Lelandais.

Ontem, quando o Ministério Público pediu a prisão perpétua, a justiça francesa descreveu o homem como "um criminoso perigoso", "um predador sexual", "um medíocre" e "um pedófilo" que não sabe distinguir uma criança de um adulto a nível sexual. O julgamento, que começou no dia 31 de janeiro, no Tribunal de Grenoble, no sul de França terá, segundo a justiça, mostrado todas essas características.

Durante o julgamento, Nordahl Lelandais reconheceu ter matado a criança de forma "voluntária", tendo desferido vários golpes com a intenção de matar a menina de origem portuguesa.

A morte de Maëlys de Araujo chocou a França em agosto de 2017, já que a menina desapareceu de uma festa de casamento familiar, na cidade de Pont-de-Beauvoisin, onde estariam cerca de 200 convidados. Passados alguns dias, Nordahl Lelandais foi acusado de sequestro. 

Só em 2018 é que o arguido confessou o crime, conduzindo as autoridades ao local onde tinha abandonado o corpo da menina. O acusado diz ter esbofeteado Maëlys de Araujo causando, sem querer, a sua morte. No entanto, a autópsia revelou vários golpes fatais na cabeça da criança.

Durante as investigações do sequestro e morte da menina lusodescendente, Nordahl Lelandais começou a ser investigado por outros homicídios e desaparecimentos à sua volta, assim como acusações de pornografia infantil e abuso sexual de menores.

Em maio de 2021, foi condenado a 20 anos de prisão pela morte do jovem de 23 anos Arthur Noye, que aconteceu em abril de 2017. Este homicida continua a ser investigado pelas autoridades francesas sobre diferentes homicídios e sequestros nas regiões onde viveu ou onde se deslocou nos últimos anos.

[Notícia atualizada às 17h32]

Leia Também: MP francês pede prisão prepétua para assassino de Maëlys de Araújo

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