No comunicado, a direção liderada por Gustavo Pereira escreve ser "verdade que a emergência médica não tem estado a ser assegurada, seja durante o dia, seja no período noturno" devido a uma "ação concertada por parte de alguns bombeiros".
"Não obstante os críticos da atual direção invocarem que tal se deve à falta de assalariados, o certo é que durante a noite, período durante o qual devem os serviços ser assegurados pelo piquete, a informação que dão à central é de que não há disponibilidade, com exceção para as situações de fogo urbano", lê-se ainda.
A direção fez as contas e deixa uma pergunta: "se há cinco pessoas disponíveis para sair a fogo, o mínimo obrigatório para aceitar este tipo de chamadas, porque é que não há dois bombeiros disponíveis para assegurar uma chamada de emergência médica?".
No comunicado, também, para "esclarecer em que estado [a atual direção] encontrou a instituição, o que está a ser feito para lhe devolver credibilidade e lisura de processos e refutar, ponto por ponto, todas as acusações de que tem sido alvo", os responsáveis pela corporação acusam também o comandante da corporação, José Carlos Coelho.
"Temos no quartel um comandante que se recusa a fazer serviços, o que é uma violação das suas obrigações quer enquanto bombeiro, quer enquanto comandante. Sobretudo aos fins de semana, não há piquetes o que tradicionalmente é assegurado por voluntários", assinala o documento.
E prossegue: "desde que a atual direção iniciou funções que o comandante da corporação e os seus apaniguados tentam sobrepor-se à direção e a forma que orquestraram para que tal acontecesse passou por afastarem a coordenadora de serviço do quartel, proibindo a sua entrada e ameaçando a sua integridade física".
"Tais ameaças deram origem a queixa-crime intentada pela mesma", sublinha a direção.
A 11 de novembro, o JN citou dois bombeiros que desabafaram que "se a atual direção se recandidatar [, os voluntários entregam os capacetes, porque as pessoas estão cansadas de lidar com ilegalidades", sendo que se referiam, continuou o diário, a uma assembleia-geral em que "foi alterada uma das normas de funcionamento (...) que permite agora que elementos da direção ou pertencentes aos órgãos sociais da instituição possam recandidatar-se mesmo estando implicados em processos judiciais".
A Lusa tentou falar com o comandante, mas até ao momento não foi possível.
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