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Ex-advogado nega ter orquestrado fuga de Rendeiro. "Redondamente falso"

O ex-advogado de Rendeiro nega "redondamente" as acusações, levantando, ainda, a questão da "nacionalidade" do passaporte do antigo cliente, mas sem aclarar se existe ou não dupla nacionalidade.

Ex-advogado nega ter orquestrado fuga de Rendeiro. "Redondamente falso"

Às acusações de João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), de que foi o advogado Carlos do Paulo a orquestrar a sua fuga à justiça portuguesa, o lesado, em entrevista à CNN Portugal, diz que a denúncia “é redondamente falsa”.

“É redondamente falso e não é possível, sequer, haver qualquer consequência deste nível”, começou por dizer, mostrando-se “tranquilo”, já que agiu “de acordo com a lei, com a verdade e a com a razão”.

Carlos do Paulo acrescenta que João Rendeiro, em parte incerta desde setembro, “é um homem completamente inimputável”, estando “numa jurisdição que ninguém conhece, nem a própria mulher, nem a família, nem nós, ninguém sabe onde está João Rendeiro, nem nunca ninguém soube”, assegura.

O advogado revela que o ex-banqueiro o terá contactado a propósito da extradição no caso das ‘Marias de Arraiolos’, pelo que o “esclareceu legalmente” quanto aos países com extradição, os crimes abrangidos, e qual o processo. Assim, o advogado diz que “o primeiro pressuposto é que não houve fuga”, já que Rendeiro “saiu de Portugal com termo de identidade e residência”.

“João Rendeiro é um homem inteligente, sibilino, e que manipula e joga, mas não joga com a consciência e com a verdade das pessoas de bem”, acrescenta Carlos do Paulo, que salienta ter “uma carreira imaculada”, prestando declarações à CNN em defesa não de si mesmo, mas “dos advogados portugueses”.

“Ao atacar-me falsamente está a atacar todos os advogados, porque não pode revelar conversas tidas com advogados”, diz, renunciando ao mandato “imediatamente”.

Carlos do Paulo adianta ainda que Rendeiro terá dupla nacionalidade, mas não sabe de que país – e que, mesmo que soubesse, não o diria. Referindo-se ao "estatuto" do antigo cliente, o causídico sublinha que não sabe "que avião usou, que jato privado usou, que passaporte usou". "Só soube da nacionalidade porque tenho essa missiva escrita, transmitido pelo próprio", afirmou.

Questionado pela jornalista sobre a nacionalidade, Carlos do Paulo não é claro: "Soube que não tinha... Que tinha dupla nacionalidade, não sei o país". “Há linhas vermelhas que não passo. Veja a diferença: se soubesse a nacionalidade não diria, se eu soubesse o local onde está não diria”, acrescenta.

Ontem, a CNN Portugal obteve uma entrevista exclusiva com Rendeiro, que prestou declarações "à distância e através de tecnologias" escolhidas "para proteger rastos de localização".

Recorde-se que o antigo presidente do BPP, condenado no final de setembro a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta após ter fugido à justiça.

Leia Também: Rendeiro não volta a Portugal e diz que "Salgado segue vida tranquila"

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