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"Agora fica claro que desconfinamento não é um caminho de sentido único"

Especialista em Saúde Internacional critica o facto dos decisores políticos não terem clarificado a população sobre os "indicadores para um recuo do processo de desconfinamento, caso este viesse a ser necessário", como agora se verifica.

"Agora fica claro que desconfinamento não é um caminho de sentido único"
Notícias ao Minuto

18:20 - 15/11/21 por Notícias ao Minuto

País Covid-19

O especialista em Saúde Internacional Tiago Correia analisou, esta segunda-feira, na SIC Notícias, a chegada de uma nova vaga de Covid-19 a alguns países europeus, inclusive a Portugal.

O perito começou por criticar a comunicação feita pelos decisores políticos na altura em que o número de casos estava a baixar e o país começava a desconfinar. Para Tiago Correia, esse teria sido o momento de clarificar os portugueses sobre os indicadores que podiam levar a um novo confinamento.

"Ninguém pensava em voltar a falar em restrições, mas isso é, logo à partida, um problema de comunicação do que aconteceu quando estávamos a atingir os níveis mais altos de vacinação, em que se falou numa libertação total e não se clarificou quais seriam os indicadores para um recuo do processo de desconfinamento, caso viesse a ser necessário", salientou o professor, acrescentando que "sempre entendemos este caminho como um caminho de sentido único e agora fica claro que não é um caminho de sentido único e que pode ter de haver algum tipo de recuo nas medidas".

Sobre as medidas que devem ser adotadas nos próximos dias, para evitar a propagação da doença e eventual aumento de internamentos e mortes, Tiago Correia explicou que os decisores políticos serão confrontados com "duas linhas de orientação técnica".

Um dos "caminhos" é "evitar o ritmo da transmissão, achatar a curva, garantindo que as infeções não aumentam para, de uma forma preventiva, chegarmos ao Natal com o menor número possível de infeções".

Já a outra recomendação dos especialistas na área da epidemiologia será "não olhar para a infeção por si só", ou seja, "perceber quais são as implicações de infeções para os cuidados de saúde".

"Não interessa tanto perceber se são 2 ou 3 mil casos, interessa perceber como é que estes casos se refletem do ponto de vista dos cuidados de saúde. Sabemos que esta altura do inverno é uma altura crítica porque não estamos a falar só da Covid, mas sim de muitas outras infeções respiratórias que acontecem nesta altura", evidenciou Tiago Correia.

Desta forma, a partir do momento que o funcionamento do sistema de saúde estiver "ameaçado", devem ser, de acordo com o especialista, "avançadas medidas proporcionais que nos permitam gerir os contágios, a doença e aquilo que é o regular funcionamento da sociedade".

Por agora, o que Portugal deve fazer, segundo Tiago Correia, é "observar o que se está a passar noutros países", isto é, as várias e diferentes estratégias que cada Governo está a adotar e os resultados que estão a obter para combater esta nova vaga da pandemia.

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