Bombeiros de Azeméis "revoltados" com diretores da corporação

Elementos do corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis disseram-se hoje "revoltados" com os diretores da respetiva associação humanitária, após alterações no comando com base em decisões "alienadas dos interesses da corporação".

Bombeiros voluntários podem faltar ao trabalho para combater incêndios

© Global Imagens

Lusa
10/11/2021 17:49 ‧ 10/11/2021 por Lusa

País

Bombeiros

 

O tema motivou uma carta aberta que, sem assinaturas, foi afixada em vários estabelecimentos públicos desse concelho do distrito de Aveiro e também já esteve exposta na fachada da Câmara Municipal, em sinal de protesto por parte de um grupo que diz representar parte dos cerca de 90 operacionais em funções.

Do documento, a que a Lusa teve acesso, ressalta que a principal crítica à direção da casa é o recente afastamento do comandante António Justino, profissional que os operacionais da corporação descrevem como sendo "tudo aquilo de que a casa precisava" e com cuja saída foram "surpreendidos".

Esse afastamento verificou-se quando o comandante se prepara para conciliar o cargo na corporação de Azeméis com uma chefia de grupo nas Forças Especiais de Proteção Civil, numa acumulação de funções que a direção dos bombeiros não aceitou.

Criticando o facto de que "os mais afetados com essa decisão foram descartados e nunca consultados", a carta aberta garante: "Nunca este corpo de bombeiros sentiu a falta física deste comandante, que sempre esteve presente à distância de uma chamada e que resolve tudo aquilo que é necessário".

O mesmo documento afirma que os bombeiros de Oliveira de Azeméis estão "extremamente revoltados" com a prestação da sua associação humanitária e apelam a que a população local se lhes associe "nas mais varadas formas de protesto, contra decisões que afetam muito mais os outros" do que os próprios operacionais. A carta realça, aliás, que as situações críticas se baseiam apenas no apego dos atuais diretores "ao estatuto que estar à frente da casa lhes dá".

Referindo que os operacionais do concelho estão "cansados de tachos, de amizades e de escovas", o documento deixa um apelo: "Queremos seriedade, honestidade e estabilidade num corpo de bombeiros que nunca falhou à sua população. (...) Mais do que nunca, precisamos que os sócios da associação se façam ouvir e peçam explicações sobre as decisões que afetam de forma direta a corporação".

Contactado pela Agência Lusa, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis, António Gomes, declara que a sua equipa está a ser alvo de "inverdades e insultos motivados por jogadas internas" coordenadas "com cobardia por quem não dá a cara" e "destinadas a tomar de assalto a direção".

Sobre o caso do comandante António Justino, esse responsável diz que a saída se deveu apenas "à intenção de ter alguém a tempo inteiro no comando" da corporação, cuja liderança temporária está desde o início de novembro confiada ao operacional que lhe sucedia hierarquicamente, Fernando Maciel.

Questionado quanto a um segundo caso que também recentemente causou desagrado a vários elementos do corpo ativo, nomeadamente o despedimento de uma trabalhadora da central de atendimento que se encontra a recuperar de doença oncológica, António Gomes reconhece que essa rescisão se verificou, mas afirma que a senhora em causa "só saiu das funções de funcionária e continua a ser bombeira".

O mesmo responsável nota que "a cessação desse contrato de trabalho foi efetuada no seguimento de indicações médicas que estipulam as funções que pode ou não desempenhar" e, embora sem especificar que restrições conflituavam com o serviço, adianta que essas serão analisadas agora em tribunal, dado que a envolvida se opôs judicialmente à rescisão laboral.

Leia Também: Bombeiros envolvidos no transporte de doentes vão receber dose de reforço

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