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Portugal disponível para apoiar aproximação de Cabo Verde à NATO

O ministro da Defesa Nacional português, João Gomes Cravinho, afirmou hoje, na Praia, que Portugal está disponível promover a aproximação de Cabo Verde à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO), pretendida pelo Governo cabo-verdiano.

Portugal disponível para apoiar aproximação de Cabo Verde à NATO
Notícias ao Minuto

13:40 - 06/11/21 por Lusa

País João Gomes Cravinho

"Haverá um novo conceito estratégico da NATO em junho do próximo ano e um dos elementos fundamentais desse novo conceito estratégico é uma reflexão sobre parcerias. Do lado de Portugal, vamos chamar à atenção para as parcerias com África, as parcerias no Atlântico", afirmou o ministro, aos jornalistas, à margem das comemorações do dia da Defesa Nacional de Cabo Verde, em que João Gomes Cravinho participou, esta manhã, na cidade da Praia.

Recordou que a NATO, organização de defesa militar entre a Europa e os Estados Unidos da América e de que Portugal é um país fundador, desde 1949, "está neste momento a passar por uma fase muito importante, que é de repensar o seu conceito estratégico".

"E obviamente Cabo Verde, para nós, é um parceiro absolutamente privilegiado, um parceiro da maior da importância, e é também um foco muito importante de estabilidade numa região em que essa realidade não se verifica em todo o lado", apontou ainda.

"São boas razões para uma aproximação entre Cabo verde e a NATO. E Portugal está sempre disponível como aliado que é da NATO para promover essa aproximação", sublinhou o ministro da Defesa Nacional português.

A NATO tem atualmente 30 Estados-membros, sendo o mais recente o Montenegro, enquanto a Ucrânia é um dos países considerados aspirantes a integrar a organização. Atualmente, a adesão à NATO é possível apenas para qualquer outro Estado europeu que pretenda "promover os princípios deste Tratado e contribuir para a segurança da área do Atlântico Norte", segundo a própria organização.

Esta manhã, já depois de ter assinado na sexta-feira, com a congénere cabo-verdiana, Janine Lélis, o novo Programa-Quadro de Cooperação no Domínio da Defesa entre os dois países para o período 2021/2026, João Gomes Cravinho reuniu-se com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, em que o tema da aproximação à NATO -- já anteriormente admitido pelo Governo de Cabo Verde - foi colocado.

"Temos um quadro de cooperação estratégico no setor da Defesa e da Segurança em que Portugal desempenha um papel importante nas nossas relações com a União Europeia e também na triangulação que fazemos com os Estados Unidos da América e na nossa intenção de aproximação à NATO", afirmou, no final, Ulisses Correia e Silva, aos jornalistas.

"Porque as questões de segurança são importantíssimas. Não só porque nós temos uma zona marítima larguíssima, nós somos 99% mar, e precisámos de ter vigilância e monitoramento dos nossos mares. Precisámos de estar seguros na nossa localização geoestratégica e precisámos de bons aliados. É por isso que esta relação com Portugal vai nesse sentido", explicou Ulisses Correia e Silva.

O ministro da Defesa Nacional de Portugal transmitiu ainda a disponibilidade portuguesa para o reforço da parceria com Cabo Verde no patrulhamento marítimo, face aos novos desafios que surgem no Atlântico: "O que nós verificamos nos últimos anos é que o Atlântico tem vindo a transformar-se num oceano cada vez menos regrado. E é muito importante, nós, os países do Atlântico, trabalharmos juntos sobre o combate à criminalidade transnacional que se processa pelo mar".

"Estivemos a verificar quais são as formas que nós podemos utilizar para reforçar a nossa capacidade mútua de combate ao crime transnacional no mar e esse é um dos capítulos importantes do novo Programa-Quadro de Cooperação no Domínio da Defesa", acrescentou João Gomes Cravinho.

O governante português regressa ainda hoje a Lisboa, mas assistiu esta manhã, no centro da Praia, ao desfile militar no âmbito do dia Defesa Nacional de Cabo Verde.

"É para mim uma maneira de dizer estamos juntos. Os nossos desafios são desafios comuns e nós queremos trabalhá-los em comum", afirmou.

Já o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que também assistiu ao desfile, enfatizou que a "defesa e a segurança é um dever de todos", daí estas comemorações, com algumas centenas de pessoas a assistirem.

"Evidentemente que [a defesa] é assegurada pelas instituições, neste caso as Forças Armadas, mas partilhamos esta data precisamente para que a população, os cidadãos, sintam que fazem parte e que é importante celebrar dias importantes como este", rematou.

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