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Maputo agradece a Portugal apoio em Cabo Delgado

O governo moçambicano agradeceu hoje a Portugal "o apoio na formação na área de defesa" e reiterou a "necessidade" de Lisboa manter esse apoio, assim como de ajudar na "reconstrução" da destruição provocada pelo terrorismo em Cabo Delgado.

Maputo agradece a Portugal apoio em Cabo Delgado
Notícias ao Minuto

16:27 - 12/10/21 por Lusa

País Cabo Delgado

"Agradecemos a Portugal o apoio na formação na área de defesa e segurança e reiteramos a necessidade de [Portugal] continuar a apoiar esses esforços", afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, embaixador Manuel José Gonçalves, no final de um encontro em Lisboa com o seu homólogo português, Francisco André, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

O governante moçambicano deu conta da situação do combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, nas conversações que manteve com o secretário de Estado português, a quem destacou "o trabalho intenso que está a ser feito pelas Forças de Defesa e Segurança [de Moçambique], com o apoio dos países amigos, nomeadamente o Ruanda e os países da SADEC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), no combate aos atos terroristas que têm assolado alguns distritos" daquela província.

"Na sequência destas ações, alguns distritos que estavam ocupados pelos terroristas já foram libertados, decorrendo neste momento uma ação de reconstrução, na base do plano que for aprovado pelo Governo" de Maputo, acrescentou Manuel José Gonçalves.

Neste contexto, o governante moçambicano destacou "a necessidade de Portugal [se] juntar nesse esforço do Governo [de Moçambique] na reconstrução desses distritos assolados pelos terroristas".

Francisco André sublinhou o entendimento entre as duas representações na preparação da 5ª Cimeira bilateral Portugal-Moçambique, prevista para o início do próximo mês em Maputo, cujo ponto mais significativo do programa será o da assinatura do próximo Programa Estratégico de Cooperação (PEC) para 2021-2026.

As negociações para o próximo PEC "estão em avançado estado de negociação" e atendem às "prioridades" apresentadas por Maputo, nomeadamente na área da Saúde, Educação e Defesa, destacou o secretário de Estado.

No domínio da cooperação bilateral na área da Defesa, Portugal tem estado fortemente empenhado na formação inicial de fuzileiros e de comandos para as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, tropas fundamentais na resposta à ameaça terrorista, mas a ajuda de Lisboa passa igualmente pelo papel assumido enquanto líder no terreno da Missão de Treino da União Europeia (EUTM), que durante os próximos dois anos irá treinar os estados-maiores daquelas unidades especiais.

Na área da saúde, André sublinhou que Portugal fez até agora chegar a Moçambique 160 mil doses de vacinas anti-covid-19 e que "nas próximas semanas será disponibilizadas mais 200 mil doses, um número que queremos aumentar ao ao final do ano".

Em aparente resposta, Manuel José Gonçalves agradeceu "o apoio que [Portugal] tem dado a fazer face à pandemia, concretamente com a disponibilização das vacinas, que têm contribuído para aliviar a situação".

A reunião serviu ainda para passar em revista atual PEC 2017-2021, que está a ser encerrado com uma "execução acima dos 100%", acordo com Francisco André.

Também o governo moçambicano disse que o fecho do instrumento de cooperação bilateral "está a decorrer de forma excelente" e "reconheceu" que "Portugal tem sabido ser flexível na sua implementação, respondendo aos desafios inesperados que Moçambique tem enfrentado, concretamente a pandemia da covid-19, o terrorismo, assim como as calamidades naturais que têm assolado de forma frequente o país".

Sobre o próximo PEC e a cimeira bilateral que levará no início de novembro o primeiro-ministro António Costa a Maputo, no mesmo voo em que seguirão vários empresários portugueses que participarão num fórum empresarial, o embaixador moçambicano sublinhou a importância destes resultarem no "aprofundamento das relações económicas".

"A vertente económica é fundamental, particularmente neste momento em que os nossos países estão a sair de forma gradual desta crise provocada pela pandemia da covid-19", afirmou Manuel José Gonçalves.

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