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Docentes pedem ao parlamento nova lei que permita progredir de escalões

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) vai pedir a intervenção do Parlamento para tentar resolver a situação de milhares de professores que dizem estar impedidos de progredir na carreira há mais de dois anos.

Docentes pedem ao parlamento nova lei que permita progredir de escalões
Notícias ao Minuto

16:17 - 09/06/21 por Lusa

País Professores

A Fenprof lançou hoje um alerta relativo à situação de "mais de 3.300 docentes" que não conseguem aceder aos 5.º e 7.º escalões, acusando o ministério de estar a "protelar a negociação" que leva à abertura de vagas naqueles escalões.

A carreira docente tem dez escalões e apenas os professores com avaliação de desempenho "Excelente" e "Muito Bom" têm acesso direto aos 5.º e 7.º escalões, sendo que quem tem "Bom" fica dependente das vagas abertas anualmente pelo Governo.

O processo começa com a divulgação das listas de quem está em condições de subir de escalão, o que deveria ter acontecido em janeiro deste ano, seguindo-se a publicação do número de vagas.

"Cinco meses passados, nada se sabe deste processo, com o ME a vaguear entre justificações", acusa a Fenprof em comunicado, onde conta que a tutela começou por responsabilizar as escolas de se terem atrasado nos processos de avaliação e, em abril, disse que "aguardavam informação do Ministério das Finanças".

A Fenprof considera que o processo de progressão na carreira está repleto de "injustiças", que vão desde professores que veem a sua avaliação descer de "Muito bom" para "Bom" por causa das quotas até à situação diferente vivenciada das ilhas.

Nos Açores não existem vagas para progressão a qualquer escalão e na Madeira o número de vagas é coincidente com o de docentes em condições de progredir.

Perante as "desigualdades criadas entre docentes do mesmo país" e o facto de continuar desconhecido o número de vagas a abrir, a Fenprof vai pedir a intervenção da Assembleia da República, para que todos os docentes possam aceder ao escalão seguinte.

Em comunicado, a federação explica que vai solicitar "a aprovação de uma lei que estabeleça, para este ano, um número de vagas igual ao de candidatos/as que reúnem todos os requisitos para progredirem aos 5.º e 7.º escalões, com efeitos reportados ao momento em que foram reunidos os demais requisitos para progressão".

A Fenprof avança ainda que pediu ao seu gabinete jurídico a apreciação da situação, admitindo mesmo, "perante as desigualdades que estão criadas, recorrer aos tribunais".

Além disso, exige o Ministério da Educação a "resolução do problema imediato" e a abertura de um processo negocial "visando a abolição das vagas para progressão aos 5.º e 7.º escalões, bem como das quotas de avaliação que impedem uma avaliação justa dos docentes".

Para a federação, a definição de vagas "cria um obstáculo artificial e acrescido à progressão na carreira, gerando profundas injustiças".

Por exemplo, no ano passado, houve 2021 docentes que ficaram retidos nos 4.º e 6.º escalões, segundo contas da estrutura sindical.  O acesso ao 6.º escalão parece ser ainda mais difícil, uma vez tem sido imposta uma percentagem de vagas menor: Em 2019, ficaram retidos 1.627 professores e em 2020 eram 1.343, segundo números da Fenprof.

A progressão na carreira docente está sujeita a diversos requisitos, como o tempo de permanência nos escalões, a avaliação de desempenho, com avaliação mínima de Bom (mínimo de 6,5 numa escala de 1 a 10), e a formação contínua.

O acesso aos 3.º e 5.º escalões está dependente ainda da observação de aulas, e só chega aos 5.º e 7.º escalões quem tem uma avaliação de desempenho de "Muito Bom" ou "Excelente". 

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