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FUA desmente organizações. “Acusações falsas para diminuir o nosso grito"

Frente Unitária Antifascista garante que “fez de tudo para agregar toda a esquerda em torno do repúdio aos ataques da extrema-direita”.

FUA desmente organizações. “Acusações falsas para diminuir o nosso grito"
Notícias ao Minuto

22:27 - 17/08/20 por Notícias Ao Minuto

País Racismo

A Frente Unitária Antifascista (FUA) negou, esta segunda-feira, as acusações de cerca de 20 coletivos e associações que, ontem, a acusaram de ter organizado "de forma desleal, oportunista e sectária" as manifestações ‘Unidos contra o fascismo’, que aconteceram no domingo em Lisboa e no Porto.

Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a FUA começa por dizer que foi com estupefação que teve conhecimento das acusações.

“Foi com admiração e estupefação que tivemos conhecimento do comunicado subscrito por um conjunto de coletivos, divulgado nos meios de comunicação social logo no final das concentrações de ontem contra o racismo e a ameaça da extrema-direita. Enquanto centenas de pessoas e dezenas de organizações levantavam a voz e davam a cara nas ruas, estas organizações faziam uma nota a nosso ver lamentável, com acusações falsas e mesquinhas para tentar diminuir o alcance desse grito contribuindo ativamente para o fortalecimento do inimigo comum”, afirma.

A FUA garante assim que “fez de tudo para agregar toda a esquerda em torno do repúdio aos ataques da extrema-direita” e que “é totalmente incompreensível que depois de ações de rua que foram um êxito, parte do movimento que assume combater o fascismo e o racismo se vire contra a independência política da FUA e tenha tão rapidamente esquecido completamente o inimigo comum, lançando na praça pública um chorrilho de acusações pessoais, calúnias, mentiras e manipulações que carecem de total fundamento e não deixam de refletir certa degeneração moral de alguns dirigentes da esquerda diante da decadência da sociedade capitalista”.

Na mesma nota, a FUA explica o que fez quando recebeu o “e-mail das ameaças” a vários ativistas contra o racismo, assim como a três deputadas.

“A FUA recebeu o email das ameaças na noite de terça-feira dia 11, e nessa mesma noite reencaminhou-o para todas e todos os visados solicitando uma reunião de urgência, juntando ativistas ameaçados e suas organizações, para que se tomasse uma posição conjunta. Para nossa surpresa, no dia seguinte e ainda antes dessa reunião, o email circulava já na imprensa com a SOS Racismo a responder sozinha às ameaças, enquanto nós esperávamos pela reunião e continuávamos os contactos com os visados e suas organizações. O Bloco de Esquerda e as suas deputadas declinaram qualquer ação conjunta sobre a justificação de que ‘confiam nas autoridades’ e ‘não querem dar palco mediático à extrema-direita’. Da parte da SOS Racismo e do Núcleo Antirracista do Porto recebemos a mesma resposta, apenas se predispunham a um simples comunicado conjunto que nem esse viu a luz do dia por falta de resposta da SOS Racismo”, revelam os membros da FUA no comunicado enviado hoje às redações.

Perante este “cenário de inoperância de uns e a estratégia de ‘não dar espaço mediático’ à extrema-direita de outros”, diz a FUA, “o povo português e os seus setores mais oprimidos corriam o risco de não poder demonstrar o seu repúdio aos ataques da extrema-direita, nas ruas, onde devia e acabou por ser feito. A adesão, tanto em Lisboa como no Porto, a meio de Agosto, com muita gente de férias e no meio dos receios da pandemia, demonstrou que o chamado às concentrações foi um acerto e correspondeu à necessidade do movimento de combate à extrema-direita e ao racismo”.

A FUA garante ainda que endereçou o convite para “a organização das concentrações a dezenas de organizações, incluindo grande parte das que subscreveram a nota divisionista, que manifestaram a opinião e pressionaram para que não se realizassem as concentrações”.

A FUA acaba o comunicado agradecendo a todos os presentes e apoiantes.

“Os nossos interesses não são alheios aos da classe trabalhadora. Tendo em vista que é mais o que nos une do que o que nos divide, a FUA reafirma o apelo a todas as organizações e indivíduos para se unirem para lutar”, atira.

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