A descoberta de estirpes bacterianas com resistência às cefalosporinas de terceira geração, um dos tipos de antibiótico mais utilizado em meios hospitalares portugueses, foi feita após a análise de água de 11 locais, por uma equipa de investigadores do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA).
Estas bactérias foram localizadas nos rios Antuã, Cértima e Ul.
Segundo Isabel Henriques, investigadora do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e especialista em microbiologia ambiental, não está ainda apurado se as estirpes detectadas provocam infecções nos seres humanos, mas está provado que conseguem transferir para bactérias patogénicas a característica que as torna imunes aos antibióticos.
Este facto pode constituir "um problema gravíssimo na [acção] clínica, pois limitam a eficácia dos antibióticos mais usados em caso de infecção".
Os cientistas da Universidade de Aveiro isolaram as estirpes de Escherichia coli, Aeromonas hydrophila, Pseudomonas sp. e Enterobacter, após análises às amostras, em águas poluídas, provenientes dos rios Antuã, Cértima e Ul, usadas para rega e onde é praticada pesca.