"Isto é a chamada notícia esperada há muito tempo, com tantos países nomeadamente na Europa a terem casos positivos, era de estranhar que não houvesse nenhum caso positivo em Portugal". Foi desta forma que Marcelo Rebelo de Sousa reagiu na manhã desta segunda-feira à notícia dos dois casos positivos de infeção pelo novo coronavírus em território nacional.

"E estes dois que estão confirmados têm uma origem fora do território português, o que é uma vantagem. E felizmente, um e outro deram-se conta da sua situação e, portanto, limitaram os efeitos de um eventual contágio, na medida do possível", destacou o Presidente da República.

Face a estes casos confirmados, Marcelo sublinhou que não devemos entrar em alarmismos.

"Acho que não se deve entrar em alarmismos. Isto é um fenómeno que era expectável. Passaram seis semanas e o que era estranho era, havendo em países vizinhos próximos, que não houvesse nenhum caso em Portugal", disse, reiterando ainda que até agora não há nenhuma infeção com origem no país. 

"Vamos acompanhar serenamente a evolução", afirmou. "Sabemos, tanto quanto podemos saber, que este tipo de vírus, com a subida da temperatura e a transição para o tempo quente, tende a diminuir a sua virulência, mas isso é uma coisa que, para já, é prematuro dizer-se quando vai acontecer". 

Questionado sobre se as medidas que estão a ser tomadas são suficientes, o chefe de Estado referiu que "o bom-senso aconselha que se acompanhe atentamente e que se tome as medidas que são necessárias e proporcionais". "Se for preciso tomar mais medidas, o Governo está preparado para as tomar. Se não for preciso tomar mais medidas, não as toma". 

Marcelo entende que, para já, não há a necessidade de cancelar eventos com ajuntamento de pessoas como tem sido feito em alguns países. "No fim de semana, houve feiras ao ar livre e daqui a uma semana estarei numa feira de queijos, também ao ar livre, para já não vou alterar essa programação". 

Recorde-se que em Portugal foram confirmados hoje os dois primeiros casos positivos de infeção por Covid-19 (um deles está ainda sujeito a contra-análise). A nível global, já morreram mais de 3 mil pessoas devido a este novo coronavírus, sendo Itália o país europeu com maior número de infetados e de vítimas mortais (34, de acordo com o último balanço). 

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