Coronavírus. "É assustador" o que aconteceu em Felgueiras

Miguel Sousa Tavares questiona se Portugal estará mesmo preparado para combater este surto.

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Notícias Ao Minuto
04/02/2020 10:40 ‧ 04/02/2020 por Notícias Ao Minuto

País

Coronavírus

Miguel Sousa Tavares apontou o dedo à Constituição portuguesa, esta segunda-feira, no Jornal das 8, transmitido pela TVI, perante o facto de não ser obrigatório, em Portugal, o internamento compulsivo de pessoas que constituem um perigo para a saúde pública.

Em causa, está a quarentena voluntária dos portugueses que regressaram da cidade chinesa de Wuhan, centro da epidemia do novo coronavírus.

De acordo com o comentador da estação de Queluz, “o artigo 64 da Constituição, que é o artigo basilar sobre a saúde, diz que todos têm direito à saúde mas diz também que todos têm o dever de cooperar para prevenir e garantir a saúde”. Portanto, diz Miguel Sousa Tavares, “uma coisa é uma situação em que eu não posso ser internado contra a minha vontade estando em perigo a minha saúde. Outra coisa é eu poder ser um potencial espalhador de um vírus que pode matar pessoas à minha roda, isso aí já é diferente. Já não pode contar só a minha vontade”, atira.

Além disso, para o ex-jornalista não pode haver dois pesos e duas medidas. Os portugueses não podem ser exceção. “Os dois aviões que foram buscar cidadãos da UE à China, todos eles, ao aterrarem nos respetivos países, foram imediatamente internados. Não lhes perguntaram se queriam ser ou não. Aqui, felizmente, os portugueses que voltaram foram internados porque quiseram e isso não poderia ser assim. Não podemos estar dependentes da vontade dos próprios para serem internados”, lamenta.

Na mesma intervenção, Miguel Sousa Tavares questionou ainda se Portugal está efetivamente preparado para uma situação grave, perante o que aconteceu numa fábrica em Felgueiras, onde um homem, que pensou ter sido contagiado com coronavírus, aguardou cinco horas dentro de uma ambulância para ser transportado para o Hospital e os 90 funcionários que com ele trabalham foram mandados para casa.

É assustador. Espero que não tenha sido indicativo. Tivemos, antes disso, vários dias de publicidade das autoridades de saúde a dizer que estava tudo bem […]. Enfim, está tudo pronto, estamos preparados para tudo e, de repente, perante a primeira situação, um suspeito é detetado numa fábrica, os 90 trabalhadores são mandados para casa e a pessoa transportada para o hospital com urgência, supostamente, fica cinco horas fechada dentro de uma ambulância porque, aparentemente, o hospital São João, no Porto, o tal que estaria preparado, não estava preparado para o receber. Espero que isto não tenha sido um indicador, mas alguma coisa que correu mal”, esclarece.

 

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