“As forças policiais e militares estão armadas e instituídas de autoridade para defender a República e a Lei. Não podem perder a cabeça, [já que] são pagos e treinados para isso. Não podem julgar que têm direitos particulares em relação aos outros manifestantes”, disse esta segunda-feira o comentador político Miguel Sousa Tavares, referindo-se à manifestação das forças de segurança que, na quinta-feira, invadiram as escadarias da Assembleia da República.
A falar na SIC, à margem da sua rubrica semanal no ‘Jornal da Noite’, o ex-jornalista condenou tais actos, classificando-os como “extremamente graves”, já que foram uma “forma de intimidação”.
Além disso “de todas as camadas da sociedade portuguesa, há quem esteja pior, [com] piores pensões, piores salários” e “menos protegidos”. O descontentamento “não devia, só por si, ser um motivo” para gerar estes protestos, rematou Sousa Tavares.
A título de exemplo, o escritor referiu que “não podemos aceitar que a Assembleia seja invadida, assim como a polícia não aceita que o seu quartel seja invadido”.
“Fica mal para a imagem da polícia”, concluiu.