Portugal abandonou a cauda da Europa em acidentes com ultraleves
Portugal não registava há três anos e meio quaisquer acidentes com aeronaves ultraleves até ao acidente de há uma semana, em Bragança, graças à aposta na formação dos pilotos, foi hoje registado no Fórum de Segurança da Aviação Ultraleve
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País Aviação
"A tendência é notoriamente para que os acidentes tenham um número muito diminuto graças ao trabalho desenvolvido pelas escolas com a sensibilização dos novos pilotos, cumprindo e fazendo cumprir as regras aeronáuticas, e à mentalidade e formação dos novos pilotos", disse à agência Lusa o presidente da Associação Portuguesa da Aviação Ultraleve (APAU), Paulo Jorge Cunha.
O responsável falava à margem do Fórum Anual de Segurança da APAU, que decorre hoje em Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
"Somos o país da Europa com uma percentagem mínima de acidentes de aviação deste tipo, quando há oito anos atrás éramos um dos países com mais acidentes de aviação e estamos no bom caminho", sublinhou Paulo Jorge Cunha.
Portugal chegou a registar nove mortes por ano em acidentes com aeronaves ultraleves.
No encontro, foi referido que 70% dos acidentes aéreos ocorrem por erros humanos.
O Fórum Anual de Segurança da APAU realiza-se cinco meses depois de ter entrado em vigor uma nova regulamentação da Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA, na sigla em inglês), que vem fixar em 600 quilogramas o peso destas aeronaves ultraleves.
França, Alemanha e República Checa foram os primeiros Estados-membros da União Europeia a adaptar-se à nova regulamentação, mas Portugal está também nesse caminho.
Miguel Torgal, da Autoridade Nacional da Aviação Civil, disse que "no próximo biénio, a ANAC vai propor a alteração dos regulamentos dos ultraleves e vai pedir contributos à comunidade para debater o assunto".
"Desde o início que a APAU tem uma posição de aceitar e bater palmas a esta regulamentação dos 600 quilos", afirmou o presidente da APAU, sustentando que o que aqui está subjacente é a necessidade de "adaptar a regulamentação à realidade".
"Os fabricantes deixaram de construir aeronaves com 200 quilos e as aeronaves têm neste momento 500 quilos", explicou.
A APAU representa 380 aeronaves ultraleves e possui 550 pilotos associados.
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