Educação precisa de relações humanas, não de "fetichismo tecnológico"
O ex-ministro da Educação David Justino defendeu hoje que a educação deve "contrariar o fetichismo tecnológico" e rejeitar a tecnologia como "solução mágica" para tudo, contrapondo que deve continuar "assente em relação humanas".
© Global Imagens
País David Justino
Numa intervenção na conferência do Conselho Nacional de Educação (CNE) -- ao qual também já presidiu -- dedicada ao tema "A Educação e os desafios do Futuro", que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o ex-ministro David Justino defendeu que o ensino e as aprendizagens devem continuar "assentes em relações humanas", contrariando o crescente peso das máquinas e das tecnologias, e questionou se esquecer as relações humanas permite formar "gente bem formada".
"Há um exagero, uma obsessão com a tecnologia", disse.
O grande impacto que David Justino espera que o futuro traga para a educação está nas neurociências e da importância que terá para o processo de aprendizagem quando for possível compreender como é que o cérebro aprende.
"As evoluções disruptivas virão deste setor", afirmou o também ex-presidente do CNE que depois confessou à plateia a sua, por vezes, "visão excessivamente conservadora em relação à escola" que o levam a rejeitar soluções disruptivas e utopias.
"Gosto de utopias para me questionarem, mas ai se me deixam ficar aprisionado a elas", declarou Justino, que defendeu o "papel clássico" da escola, seja na passagem de conhecimento, "no legado de gerações" que a escola deve transmitir, seja no estímulo do pensamento crítico, do permanente questionar do adquirido e de fornecer ferramentas para saber lidar com "problemas fora da caixa", que serão uma constante.
Para David Justino, que começou a sua intervenção com a pergunta "E se tudo muda, porque não muda a escola?", acabou a responder que entre "uma escola nova" ou "uma escola que se renova", prefere a segunda.
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