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Trabalhadores do Continente protestam em Gaia contra assédio moral

Os trabalhadores do comércio, que protestaram hoje contra "assédio moral" nos supermercados Continente de Ermesinde e Gaiashopping, vão juntar-se à manifestação nacional da CGTP, marcada para 15 de novembro, avançou à Lusa Marisa Ribeiro, dirigente sindical.

Trabalhadores do Continente protestam em Gaia contra assédio moral
Notícias ao Minuto

19:28 - 18/10/18 por Lusa

País Hipermercado

A coordenadora do CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços revelou que a organização está ainda "a ponderar que haja pré-avisos de greve específicos para cada empresa", e que o objetivo é "levar os trabalhadores para Lisboa no dia 15 de novembro".

A dirigente sindical adiantou que os trabalhadores contestam as propostas feitas em sede de negociação do contrato coletivo de trabalho (CCT), feitas pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição(APED), em que têm assento as grandes empresas de distribuição, como a Sonae (Continente), Auchan (Jumbo) ou a Jerónimo Martins (Pingo Doce).

"Os aumentos que tivemos foram míseros tostões e o que temos na mesa negocial é uma proposta de um aumento de 1,70 euros para os operadores especializados, ou seja, o topo de carreira. Em troca querem acrescentar no CCT o banco de horas, uma coisa que não aceitamos", garantiu Marisa Ribeiro.

"O contrato da grande distribuição abrange mais de 100 mil trabalhadores e neste momento temos várias lutas no país e exigimos que não haja contrapartidas [aos aumentos] na mesa negocial", referiu.

Marisa Ribeiro adiantou que para 31 de outubro "está marcado um pré-aviso de greve para os trabalhadores da logística da Sonae, que estão em luta por aumentos e exigem uma categoria profissional equiparada aos operadores de loja".

No mesmo dia, o sindicato prevê uma ação à porta do El Corte Inglés de Vila Nova de Gaia e uma continuação de "plenários e contactos" com os trabalhadores.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Sonae MC, que detém o Continente, disse que a "discussão e negociação dos termos e condições do CCT - tema que merece o maior respeito e total envolvimento e compromisso por parte da Sonae MC, está em curso em sede própria. No entanto, sem prejuízo das negociações em curso, a Sonae MC levou a cabo a revisão e atualização da sua política retributiva em 2018, no que respeita os colaboradores das suas lojas e operação logística", garantiu o grupo.

A Sonae MC realçou ainda que "tem desenvolvido ao longo dos últimos anos uma política de recrutamento baseada em tabelas salariais que permitem a existência de um nivelamento salarial devidamente ajustado às funções a exercer".

O CESP marcou presença durante o protesto, que começou de manhã em Ermesinde e acabou durante a tarde em Vila Nova de Gaia, e em que estiveram cerca de 30 trabalhadores do Continente.

Luís Figueiredo, funcionário em Avintes (Vila Nova de Gaia) e dirigente do sindicato, garantiu que os delegados sindicais do Continente têm obstáculos diários no seu contacto com os trabalhadores: "Com a Sonae isto já acontece há uns anos e tem-se vindo a agravar", referiu. Os trabalhadores criticaram as chefias de loja de Ermesinde e do Gaiashopping neste âmbito e falam mesmo em "atitude anti-sindical", segundo Luís Figueiredo.

Cláudia Moreira, delegada sindical no Continente do Gaishopping, fala em "assédio moral diário" e diz que os trabalhadores são "infelizes" na loja e sofrem "pressões". Luís Figueiredo e Marisa Ribeiro descreveram ainda um caso de agressão a uma delegada sindical em Ermesinde.

A mesma fonte oficial da Sonae MC não se pronunciou sobre os casos de Ermesinde e do Gaiashopping, garantindo que "[a empresa] prima pelo respeito de todo os direitos legais e tem o maior respeito pelo exercício da atividade sindical".

O grupo salientou ainda que "em matéria de gestão de recursos humanos, e particularmente no que respeita à remuneração, à saúde e segurança no trabalho, a Sonae MC orgulha-se de apresentar as melhores práticas a nível nacional. O bem-estar e a segurança dos colaboradores são para a Sonae MC um valor inegociável, para o qual continuará a trabalhar todos os dias".

A empresa referiu que "estará sempre disponível para esclarecer todas as dúvidas que possam surgir por parte dos seus colaboradores, através do seu departamento de Recursos Humanos" e que "sempre demonstrou total disponibilidade e abertura para [se]reunir e dialogar, seja com sindicatos, seja com qualquer um dos cerca de 30.000 colaboradores".

A próxima reunião entre trabalhadores do comércio e patrões está marcada para 05 de novembro, segundo os dirigentes do CESP.

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