O número de portugueses a emigrar para o Reino Unido não pára de subir. Só no primeiro trimestre deste ano, inscreveram-se no Departamento de Trabalho e Pensões mais de 9.500 portugueses, um número francamente superior ao do período homólogo do ano passado (5.420).
Em 2012, partiram para este país mais de 20 mil luso-descendentes, de acordo com os dados do Observatório da Emigração, mencionados hoje pelo Jornal de Notícias.
Para a especialista do Centro de Investigação e Estudos Sociais, Cláudia Pereira, esta afluência explica-se “pela coincidência entre a recessão generalizada da Europa e o facto de o Reino Unido manter oportunidades de trabalho, principalmente para emigrantes qualificados”, já que a taxa de desemprego para esta fatia da população está nos 7,7% (enquanto Portugal regista 16,5%).
Segundo a investigadora, a expectativa dos portugueses emigrantes no Reino Unido não é poupar e fazer fortuna. Trabalhar na sua área de especialização, progredir na carreira e conquistar qualidade de vida são os objectivos que levam milhares de jovens, com uma idade média de 34 anos, a emigrar para países como Inglaterra.
“O Reino Unido promete mobilidade. Há pessoas que já estavam a trabalhar na área delas e não conseguiam progredir na carreira e aqui têm a possibilidade. Há outros que nem sequer conseguiam trabalhar na área delas, como é o caso dos enfermeiros”, contou Cláudia Pereira ao JN.
Estes últimos, bem como os engenheiros informáticos e os trabalhadores do sector financeiro são os que mais emigram para este país britânico e os que mais facilmente conseguem emprego na área, nem que, para isso, tenham de começar por trabalhar em restaurantes ou bilheteiras de teatro.