Em comunicado, a autarquia esclareceu que os Paços do Concelho foram visitados por inspetores da Polícia Judiciaria e que se mostrou "disponível para cooperar com a Justiça com total transparência, para o apuramento da verdade".
O município acrescentou que os inspetores analisaram e verificaram "todos os documentos e elementos solicitados".
A câmara presidida pelo socialista André Rijo mostrou estar "numa atitude tranquila e de total transparência".
A PJ realizou hoje cerca de 70 buscas, incluindo a autarquias, sociedades e instalações partidárias, no continente e no arquipélago dos Açores, segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), que adiantou estarem em causa crimes económicos, como corrupção.
No âmbito deste inquérito, segundo a PGR, investigam-se crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.
"Segundo os fortes indícios recolhidos apurou-se, no essencial, que um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político [desenvolveu] influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas", refere a PGDL, na sua página na Internet.
A PGDL acrescenta que foram realizadas cerca de 70 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a escritórios de advogados, autarquias, sociedades e instalações partidárias, em diversas zonas de Portugal continental e nos Açores.
As buscas foram acompanhadas por três juízes de instrução, 12 magistrados do Ministério Público (MP), peritos informáticos e financeiros e inspetores da Polícia Judiciária "em número que ascende a cerca de 200".
Estas operações de buscas foram efetuadas com a colaboração da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ.
A notícia da realização de buscas foi adiantada pela edição 'online' da revista Sábado.
Em causa, refere a Sábado, estão suspeitas da prática de crimes económico financeiros decorrentes da contratação de pessoal e da adjudicação direta de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos sobretudo do PSD.
Um dos principais visados na operação, indica a revista, é o social-democrata Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD e ex-presidente da JSD de Braga que apoiou Santana Lopes nas últimas diretas para a liderança do partido.
Carlos Reis controla várias empresas que ganharam inúmeras adjudicações diretas de autarquias controladas pelo PSD e também pelo PS, acrescenta a Sábado.
Também na sua edição 'online', o Jornal de Notícias refere que a investigação visa uma rede de clientes que envolve maioritariamente empresas e autarquias lideradas por militantes do PSD. Estão em causa os contratos adjudicados por duas a três dezenas de autarquias, entre câmaras municipais e juntas de freguesia, a várias empresas.