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Cirurgia urgente suspendeu adesão no bloco do Hospital de Aveiro

O bloco operatório do Hospital de Aveiro, encerrado devido à greve dos assistentes operacionais, abriu excecionalmente pelas 09:30 para realizar uma cirurgia urgente.

Cirurgia urgente suspendeu adesão no bloco do Hospital de Aveiro
Notícias ao Minuto

15:46 - 15/06/18 por Lusa

País Greve

Em causa estava a vida de uma grávida e dos seus dois gémeos e, perante a situação "emergente", o piquete de greve considerou que a realização da cirurgia se enquadrava nos serviços mínimos.

Susana Machado, há 13 anos a trabalhar no Hospital de Aveiro como assistente operacional, com contrato individual de trabalho, que integrou o piquete de greve, justificou à Lusa: "Houve dúvidas em relação à cirurgias, mas como a situação era emergente, não há volta a dar. Primeiro está a vida do doente e é para isso que há serviços mínimos".

A exceção não contradiz a afirmação de Susana Machado de que a adesão à greve no Bloco Operatório foi de 100%, e que, no Hospital de Aveiro, "a greve está a correr muito bem".

Mas também os números não podem ser confirmados ou desmentidos pela administração hospitalar porque o serviço de recursos humanos permaneceu encerrado.

Conforme a Lusa verificou, não se sentiu a greve no balcão de atendimento da Urgência, mas já nos meios complementares de diagnóstico, nomeadamente na imagiologia, notava-se que havia profissionais ausentes.

Os serviços administrativos e as consultas externas foram os mais afetados.

Em dois serviços de consultas externas de diferentes especialidades, havia só um funcionário a atender, onde habitualmente estão três a quatro ao balcão e outros tantos na retaguarda.

Os números no painel eletrónico andavam muito lentamente, enquanto as pessoas que iam chegando tiravam senha de numeração elevada e procuravam lugar nas salas de espera anormalmente cheias.

Apesar disso, quem esperava mantinha a calma, advertido pelos avisos colocados de que, devido à greve o atendimento estava condicionado, e dissuadido de exaltações pela presença discreta dos seguranças de serviço.

Menos conformado estava José Maria, que se deslocou em final de prazo, "à boa maneira portuguesa", para pagar a taxa moderadora nos serviços administrativos.

Bem tentou, mas do outro lado do guichet a resposta foi perentória: "se recebesse a taxa estava a furar a greve da minha colega e isso não posso fazer".

No internamento, segundo descreveu Susana Machado, "tudo o que não ponha em causa a vida doente não é assegurado, como dar banho e fazer a cama, que não é serviço mínimo, ou dar de comer, exceto se o doente não consegue comer sozinho".

A representante sindical estima que o Centro Hospitalar do Baixo Vouga, em que se incluem os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, precise de mais 40 assistentes operacionais.

"A nossa greve tem a ver com a falta de pessoal e neste momento, com as 40 horas, no hospital já se encontra em situação de rotura. Temos colegas a fazer turnos seguidos, temos colegas a fazer 12 horas de turno por falta de pessoal. A partir do dia 01 de julho vai ser caótico", antevê.

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