“Esteve por um fio, os factos eram graves e cometidos por quem não se esperava”. Foi com esta afirmação que o juiz presidente do Tribunal de Estarreja leu a sentença a que foi condenada a advogada Carmelinda Cardoso, 46 anos, conhecida pela sua fama de ser uma profissional de “gabarito”.
A advogada foi ontem (sexta-feira), conta o DN, condenada por burlar uma cliente no valor de 67.300 euros, correspondente a cheques que acabaram nas suas contas pessoais.
Agora, e caso não recorra, Carmelinda Cardoso tem de começar a devolver o valor, quase na sua totalidade, ao ritmo de pagamento mensais de mil euros, caso contrário, terá de cumprir os quatro anos de prisão a que foi condenada, revela o DN.
A arguida, entretanto expulsa da Ordem dos Advogados e com outros processos pendentes, admitiu ter recebido a referida quantia, alegando em sua defesa que a usou para o exercício das suas funções. O mesmo não concluiu o colectivo de juízes de Estarreja que considerou não ver “trabalho que justificasse o dinheiro” e a confirmar-se essa “relação contratual, tinha de haver prestação de contas”, o que não aconteceu.
Segundo o DN, a advogada foi ainda avisada de que “caso cometa mais crimes do género no futuro, provavelmente não terá outra oportunidade de sair em liberdade”.