Caso de corrupção com cartas de corrupção é "a ponta do icebergue"
O empresário que denunciou o processo de corrupção com cartas de condução hoje sentenciado em Braga congratulou-se com a condenação de 45 dos 47 arguidos mas sublinhou que aquele caso é apenas "a ponta do icebergue".
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País Braga
"Hoje foi um dia histórico, de triunfo da Justiça sobre a corrupção, mas este caso é apenas da ponta do icebergue de uma prática que se estende a todo o país. Os exames são muito mais um ato de corrupção do que de condução", afirmou António Fontes.
Dono de duas escolas de condução, uma em Famalicão e outra em Cabeceiras de Basto, António Fontes denunciou, em 2011, práticas de corrupção com exames, uma denúncia que levou à constituição de 47 arguidos, entre examinadores, industriais de condução, instrutores e alunos.
Hoje, o Tribunal Judicial de Braga condenou a prisão efetiva cinco arguidos, sendo a pena mais elevada de 10 anos.
As outras penas de prisão efetiva variam entre os quatro anos e três meses e os sete anos.
Todos os arguidos condenados a prisão efetiva são examinadores no Centro de Exames de Vila Verde da Associação Nacional Industriais de Ensino Condução Automóvel (ANIECA).
Outros 40 arguidos, entre os quais industriais de condução, instrutores e alunos, além de mais quatro examinadores, foram condenados a penas suspensas, sujeitas à condição de entregarem quantias em dinheiro a diversas instituições.
Classificando as penas de "exemplares", António Fontes realçou, no entanto, que aquele processo é "apenas um pequeno exemplo do que se passa em todo o país".
"É um polvo autêntico, uma prática corrente e generalizada. Os exames de condução não passam de uma farsa, de uma fraude, de mercantilismo puro", acentuou.
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