Numa resolução aprovada por larga maioria, os eurodeputados condenaram "o facto de manifestantes palestinianos inocentes terem sido mortos e feridos na faixa de Gaza durante as últimas três semanas".
Pediram "às forças israelitas de defesa para se absterem de qualquer recurso à força letal contra manifestantes não armados" e a Israel para respeitar o "direito fundamental de (qualquer um) se manifestar pacificamente".
A fronteira entre a faixa de Gaza e Israel tem sido palco desde 30 de março de confrontos que já causaram 34 mortos e centenas de feridos palestinianos a tiro. Nenhum israelita ficou ferido.
Os palestinianos de Gaza têm realizado manifestações junto à barreira de segurança no âmbito da "marcha do retorno", protesto que reivindica o regresso dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos ou fugiram após a criação do Estado de Israel, em 1948.
As autoridades israelitas afirmam que os soldados só disparam para proteger a cerca ao longo da fronteira e os seus militares. Os palestinianos dizem que os manifestantes são alvo de tiros sem que representem uma ameaça para os soldados.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já pediram um inquérito à utilização por Israel de balas reais.
No texto aprovado hoje em sessão plenária em Estrasburgo, o Parlamento Europeu "apela à máxima moderação e sublinha que a prioridade deve ser evitar qualquer nova escalada da violência".
Os eurodeputados pedem também aos "líderes das manifestações na faixa de Gaza para se absterem de qualquer incitação à violência" e declaram-se preocupados com o "facto de o Hamas (movimento radical palestiniano, que controla a faixa de Gaza) parecer ter por objetivo a escalada das tensões".
O fim dos protestos da "marcha do retorno" está marcado para 15 de maio, o aniversário da criação de Israel, designado pelos palestinianos como 'Nakba' (catástrofe).