Como chegámos até aqui? A cronologia da guerra na Síria

A guerra na Síria entrou no seu oitavo ano no passado mês de março. Nesta cronologia são referidas precisamente oito datas que marcaram este conflito, que evoluiu de uma guerra civil para um confronto entre potências.

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© Reuters

Pedro Bastos Reis
16/04/2018 21:00 ‧ 16/04/2018 por Pedro Bastos Reis

Mundo

Médio Oriente

A guerra na Síria já dura há mais de sete anos. Desde que estudantes pintaram graffitis contra Assad até aos bombardeamentos mais recentes dos aliados ocidentais, passando pelo califado criado pelo Daesh, o país tem sido devastado por um conflito sem fim à vista. Pelo meio, mais de 500 mil pessoas morreram e cerca de 12 milhões de sírios (metade da população) tiveram de abandonar as suas casas. 

Março de 2011

Depois do início da revolução na Tunísia, inspirado pelo que começava a ser chamado de Primaveras Árabes, um grupo de estudantes sírios pintou graffitis contra Bashar al-Assad. O regime respondeu com uma enorme repressão e violência, a que se seguem protestos nos meses seguintes, que acabariam numa guerra civil.

Julho de 2012

Já com a oposição armada e organizada em diversos grupos, os confrontos com o regime intensificam-se. Combatentes tentam capturar Damasco – o Exército Livre da Síria explode três postos de segurança na capital e conquista Aleppo - mas o governo aguenta-se firme.

Agosto de 2013

O regime sírio ataca o enclave rebelde de Ghouta, nos subúrbios de Damasco, com recurso a armas químicas. Mais de 1.400 pessoas morreram. O Ocidente esteve perto de lançar uma intervenção militar, mas Barack Obama acabou por recuar. Moscovo e Washington chegam a acordo para que as armas químicas em posse de Damasco sejam destruídas, sob supervisão das Nações Unidas.

Janeiro de 2014

Aproveitando o vazio de poder em algumas zonas da Síria, na oposição a Assad começam a ganhar força vários grupos jihadistas, que entram em confronto direto com os chamados rebeldes. Entre estes grupos está o autodesignado Estado Islâmico, que, em junho do mesmo ano, faz de Raqqa a sua capital e cria um califado, na Síria e no Iraque, de Aleppo à província iraquiana de Diyala. Com o mundo chocado pelas imagens que chegam do califado – enquanto milhares de sírios são obrigados a fugir do seu país e são bloqueados às portas da Europa - a coligação liderada pelos Estados Unidos bombardeia a Síria, beneficiando os curdos que resistem, no Norte, aos avanços jihadistas.

Setembro de 2015

A Rússia, principal aliado de Damasco, entra na Síria em defesa de Assad. Os bombardeamentos russos tiveram como destino o autodesignado Estado Islâmico, mas direcionaram-se também para as cidades controladas por outros grupos rebeldes. Todos os que fossem oposição a Assad eram considerados terroristas. O tabuleiro da guerra mudou completamente e o regime sírio começa a arrecadar várias vitórias, contando também com a ajuda vinda do Irão e do Hezbollah libanês.

Dezembro de 2016

Cerca de um ano depois, o regime de Damasco captura Aleppo, depois de um violento cerco a uma cidade destruída por bombas. Alguns meses antes, em março, Assad conseguiu reconquistar a cidade histórica de Palmira aos jihadistas, uma vitória simbólica que começava a revelar um Daesh em queda.

Abril de 2017

A Casa Branca já tem novo inquilino, Donald Trump, que coloca como prioridade destruir (o que ainda resta) dos jihadistas na Síria. No entanto, um ataque com gás sarin em Khan Sheikhun, controlada pelos rebeldes, causa 80 mortos e Washington ataca uma base militar síria em retaliação. 

Fevereiro de 2018

A Síria está praticamente nas mãos de Assad, à exceção de alguns bastiões rebeldes, como Ghouta Oriental. O regime decide começar uma intensa ofensiva que causa mais de 1.200 mortos. Começam a surgir os relatos de utilização de armas químicas. Dois meses depois, em abril, Estados Unidos, França e Reino Unido bombardeiam três posições estratégicas de Damasco na alegada produção de armas químicas, em resposta a um ataque a Douma que causou cerca de 70 mortos. Teme-se uma escalada do conflito mas os aliados garantem que o ataque foi feito apenas com o intuito de dissuadir Assad de voltar a usar armas químicas e não com a intenção de mudar o regime.

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